Exportações em baixa

Agronegócio do Brasil fecha junho em queda de 3,6%

Puxada por reduções expressivas nos embarques de soja e derivados

Foto: Soja / CanvaPro
Foto: Soja / CanvaPro

As exportações do agronegócio brasileiro somaram um montante de US$14,6 bilhões em junho, entretanto, houve uma queda de 3,6% em comparação ao mesmo período no ano de 2024. Puxado por reduções expressivas nos embarques de soja e derivados, além de recuo na receita de carne de frango, disse o Ministério da Agricultura nesta sexta-feira (11).

O complexo soja (grão, farelo e óleo) teve exportações de US$6,2 bilhões, redução anual de quase 13%, em meio a preços e volumes mais baixos.

No caso da carne de frango, que sofreu impactos de um caso já encerrado de gripe aviária, as exportações atingiram US$615 milhões, redução de 21%.Açúcar e produtos florestais também registraram reduções nas exportações no mês de junho.

No primeiro semestre, o agronegócio brasileiro exportou US$82 bilhões, patamar praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior (-0,2%).

“Mesmo diante da queda nos preços internacionais, o setor sustentou sua relevância na balança comercial, respondendo por 49,5% de tudo o que o país exportou no período”, afirmou o Ministério.

Carne e café tiveram alta

Em contrapartida às reduções nos complexos da soja e de carne de frango, as exportações de carne bovina e café tiveram forte alta para US$1,4 bilhão e cerca de US$1 bilhão, respectivamente.

Também no semestre, as exportações de carne bovina e café ajudaram a compensar a redução no complexo soja, que lida com queda de preços de mais de 10%, em meio a uma safra recorde colhida no Brasil, maior produtor e exportador global.

BNDES aumenta em 5% os recursos para financiar o agro

BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai disponibilizar R$ 70 bilhões em financiamentos para a agricultura no âmbito do Plano Safra 2025/2026, um recorde de orçamento, disse o banco de fomento nesta sexta-feira (11).

O montante deste ano é 5% maior que o disponibilizado no plano anterior e 180% superior ao do Plano Safra 2022/2023, apontou o BNDES.

Serão R$39,7 bilhões em recursos equalizáveis que poderão ser acessados por meio de PAGF (Programas Agropecuários do Governo Federal), um incremento de 19% em relação ao ano anterior. Tais programas contam com prazos, taxas e orçamentos determinados.

Deste montante, R$ 26,3 bilhões serão destinados para médios e grandes produtores da agricultura empresarial, com taxas de juros entre 8,5% e 14% ao ano, e R$ 13,4 bilhões para pequenos produtores da agricultura familiar, com juros entre 0,5% e 8% ao ano, apontou o BNDES.

Para a agricultura empresarial, os recursos serão oferecidos por meio de nove programas, são eles: Moderfrota, Pronamp, Renovagro, Inovagro, Proirriga, Prodecoop e PCA. Já para a agricultura familiar, o BNDES opera com diferentes linhas do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

O banco de fomento vai oferecer ao setor R$ 30,3 bilhões em recursos próprios por meio da linha BNDES Crédito Rural, sendo R$ 14,4 bilhões a custo em dólar.