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Argentina zera impostos de exportação sobre grãos e derivados

As taxas sobre soja e seus derivados de óleo e farelo eram de 26% e 24,5%, respectivamente, enquanto as exportações de milho eram 9,5%

Javier Milei
Javier Milei, presidente da Argentina / Foto: RS/via Fotos Publicas

A Argentina zerou de forma temporária os impostos de exportação sobre soja, farelo e óleo de soja, milho e trigo, nesta segunda-feira (22). A iniciativa acontece em uma tentativa de aumentar a oferta doméstica de moeda estrangeira, enquanto o país resiste para conter o peso.

A medida vai se estender até 31 de outubro ou até que as empresas agroexportadoras façam declarações juramentadas de exportações no total de US$ 7 bilhões, segundo o decreto presidencial de Javier Milei publicado no Diário Oficial argentino.

As taxas, que entrarão em vigor a partir de terça-feira (23), até a publicação do decreto, sobre os embarques de soja e seus derivados de óleo e farelo eram de 26% e 24,5%, respectivamente, enquanto as exportações de milho eram taxadas em 9,5%.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, o terceiro maior exportador de milho e um grande fornecedor global de trigo.

Javier Milei havia dito durante sua campanha presidencial, há dois anos, que a eliminação do imposto de exportação era um de seus objetivos políticos, mas que não poderia zerá-lo imediatamente.

No primeiro semestre do ano, o governo Milei implementou uma redução temporária desses impostos, o que fortaleceu as vendas dos agricultores, que estavam em um ritmo lento.

Milei anuncia aumento de gastos em 2026

Após sofrer uma derrota eleitoral na Província de Buenos Aires e a 40 dias de uma votação nacional que deve reconfigurar o Congresso, o presidente da ArgentinaJavier Milei, anunciou que, em 2026, ampliará os gastos públicos em áreas sociais. A promessa inclui aposentadorias, saúde e educação — setores mais atingidos pela política de austeridade fiscal, alvo recorrente de protestos.

“O pior já passou. O esforço que todos estamos fazendo vale a pena”, afirmou Milei ao apresentar no Congresso o orçamento de 2026. Segundo o InfoMoney, o presidente reforçou que o equilíbrio fiscal continua “inegociável” e “pedra angular” de sua gestão.

ajuste fiscal, que Milei classifica como “o maior da história da humanidade”, marcou os quase dois primeiros anos de seu governo. A medida permitiu que a Argentina atingisse o primeiro superávit fiscal em 14 anos e reduzisse a inflação, embora com alto custo social, sobretudo nos setores de previdência e saúde.

Em discurso de 15 minutos em rede nacional, Milei informou que o orçamento prevê aumento de 5% nos gastos com aposentadorias, 17% em saúde e 8% em educação, todos acima da inflação. O auxílio destinado a pessoas com deficiência também terá alta de 5% acima da inflação. O presidente adotou um tom mais sereno do que o habitual ao fazer os anúncios.