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Café: compra segue firme e cotações atingem recordes

No dia 12 de fevereiro, o valor da commodity bateu recorde, a R$ 2.769,45 por saca de 60 kg

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Foto: Wenderson Araujo / Trilux / Arquivo CNA

Os baixos estoques nacional e global do café arábica e uma demanda aquecida sustentam a alta dos preços do produto, que bateram recorde na quarta-feira (12) passada, a R$ 2.769,45 por saca de 60 kg.

As informações foram divulgadas em relatório do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, publicado nesta quarta-feira (19). Ao longo de fevereiro, os preços do café arábica renovaram os recordes reais da série histórica do Cepea, iniciada em novembro de 1996.

Nos dias seguintes ao recorde da última semana, os preços registraram pequenas oscilações, mas se mantiveram em torno dos R$ 2.700 por saca. Apenas em 2025, o Indicador CEPEA/ESALQ já avançou mais de R$ 500 por saca.

Além dos baixos estoques atuais, a produção brasileira da safra 2025/26 deve ser novamente modesta, o que deve seguir sustentando preços. A demanda, por sua vez, segue aquecida, mesmo diante dos preços elevados.

No campo, as lavouras de arábica estão chegando na parte final do desenvolvimento da temporada. No entanto, o forte calor e alguns dias mais secos, sobretudo nesta semana, deixam produtores em alerta.

Alta do Café: limitação de oferta é constante segundo analistas

café é uma commodity aproveitada mundialmente e com seu preço subindo, consumidores e governos vem questionando a causa da alta e até quando ela deve durar. O BP Money procurou especialistas para entender o contexto e como o produto deve se comportar no Brasil.

Por ser um recurso natural, a volatilidade do valor do café está relacionada a sua safra. A previsão de colheita em 2025 no Brasil prevê uma produção de 51,8 milhões de sacas de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), uma queda de 4,4% em relação a 2024.

A piora se dá por condições hídricas e altas temperaturas. A incerteza climática é observada em outros países, o que fez o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) calcular o estoque de café em 2025 o menor das últimas 25 temporadas.