A Casa IH, do grupo CNH, desenvolveu a primeira máquina agrícola de grande porte movida a etanol. Trata-se de uma colhedora de cana-de-açúcar de duas linhas, feita em parceria com a São Martinho (SMTO3), que disponibilizou as lavouras para que os primeiros testes fossem feitos. As informações são do “Globo Rural”.
Em 2024, a colhedora operou por dez dias e mostrou níveis de eficiência que a deixam próxima de ir ao mercado. A máquina vai voltar a trabalhar na primeira semana de abril, quando a São Martinho começa a colheita da safra 2025/26 na usina em Pradópolis (SP).
O vice-presidente da Case IH para a América Latina, Christian Gonzalez, disse ao “Globo Rural” que o desenvolvimento da colhedora é um sonho.
Desde a década de 1970, usineiros defendem o uso de etanol em máquinas pesadas, mas, até agora, o combustível nunca tinha mostrado resultados satisfatórios em eficiência e preservação do motor.
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Mudança de estratégia da Case IH
Para alcançar bons resultados, a Case IH, em vez de converter os motores a diesel para o etanol, buscou um motor que já fosse do ciclo Otto (por faísca), e não por compressão, como funciona o motor a diesel. Para isso, a empresa usou motores da FTP a gás natural que já são usados em suas máquinas na Europa.
A Case IH começou a testar o uso de etanol em veículos pesados em 2011, com tentativas de converter os motores do ciclo diesel. Gonzales disse ao “Globo Rural” que a companhia chegou a desenvolver um motor híbrido, a diesel e etanol, que tinha uma performance mais satisfatória, mas ainda insuficiente.
O motor a gás teve resultados melhores, mas precisou de muitas modificações, especialmente no cabeçote e na injeção. Depois das adaptações, o motor a etanol da empresa, que tem capacidade de 13 litros, conseguiu mover a máquina mais pesada da Case IH, uma colhedora de 27 toneladas.
