As chances de aprovação da venda de três plantas uruguaias da Marfrig (MRFG3) para a Minerva (BEEF3) aumentaram com a estratégia da Minerva de revender uma das unidades para o grupo indiano Allana, logo após a compra. A avaliação foi divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Citi.
Porém, a instituição avalia que o negócio não tem impactos no cenário projetado para as companhias neste ano.
As empresas anunciaram nesta terça-feira (11) que a Minerva apresentou um pedido de compra das unidades de San José, Salto e Colônia da Marfrig à Coprodec (Comisión de Promoción Y Defensa de la Competencia), instituição reguladora de concorrência do Uruguai.
Após negativas da Coprodec, a Minerva decidiu mudar sua estratégia e condicionar a aquisição das unidades à revenda da planta em Colônia para o Allana Group. “Entendemos que essa notícia não tem impacto na Marfrig, mas pode melhorar as chances de aprovação da Minerva”, disse o Citi, em relatório.
De acordo com o banco, a Minerva vai ter menos de 40% do mercado do Uruguai se ficar com as duas plantas, em vez de três. “O segmento uruguaio sempre apresentou preocupações sobre concentração de mercado”, disse o Citi.
Citi não espera flutuação significativa nas ações das companhias devido ao assunto
Porém, a instituição não espera que o assunto cause flutuações significativas nas ações das companhias, já que a maior parte do negócio que envolve as operações brasileiras já foi finalizada de forma bem sucedida em 2024. “Mantemos nossa classificação Neutra para Minerva. Temos uma classificação de Compra para Marfrig”, diz o relatório.
O preço-alvo da Marfrig estimado pelo Citi é de R$ 21,50 por ação e os principais riscos de queda nesse valor estão relacionados a alta nos preços do gado além do esperado nos EUA e no Brasil, além de um câmbio abaixo das expectativas. Também existem os riscos sanitários de possíveis surtos de doenças em mercados importantes.