O Brasil consolidou sua posição como maior exportador mundial de commodities do agronegócio, ultrapassando os Estados Unidos e alcançando US$ 137,7 bilhões em exportações no ano passado.
O crescimento foi impulsionado pelo aumento da produtividade, por safras recordes e pelo cenário global favorável, segundo estudo da Insper Agro Global.
O especialista em comércio exterior e diretor da Tek Trade, Sandro Marin, destaca que a disputa comercial entre Estados Unidos e China tem sido um fator determinante para a expansião do agro brasileiro.
“O Brasil se tornou o principal fornecedor de produtos agropecuários para a China, que busca alternativas diante das tarifas impostas aos produtos americanos”.
Demanda chinesa e guerra comercial impulsionam o agronegócio no Brasil
Além da China, novos mercados estão sendo abertos para os produtos brasileiros, fortalecendo ainda mais a presença global do setor.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) mostram que, em janeiro deste ano, o Brasil exportou US$ 11 bilhões em produtos agropecuários, com destaque para a ampliação das vendas para Paquistão, Bangladesh e Turquia.
Exportação de grãos e novos mercados
O Brasil é líder global na exportação de soja e amplia sua participação no mercado de grãos. Marin ressalta que “a produtividade por hectare tem aumentado ano a ano, garantindo maior competitividade no mercado internacional”.
Apesar da redução nas exportações de soja e milho no início de 2025, a tendência é de crescimento, com a abertura de novos destinos comerciais.
Setores como carnes, produtos florestais, café, complexo sucroalcooleiro e cereais também tiveram resultados expressivos, superando US$ 1 bilhão em exportações no primeiro mês do ano. Portanto, o aumento das cotações de commodities como café, celulose e cacau contribuiu para esse desempenho.
Desafios e estratégias para manter o crescimento
Mesmo com o cenário favorável, há desafios que exigem estratégias de longo prazo. “Oscilações cambiais, barreiras comerciais e mudanças climáticas são fatores que podem impactar o desempenho das exportações”, alerta Marin.
Além disso, ele reforça que “o Brasil precisa investir na diversificação de mercados, no aprimoramento da infraestrutura logística e na agregação de valor aos produtos exportados”.
Atualmente, os Estados Unidos ainda lideram as exportações totais do setor agropecuário devido à maior participação de produtos com valor agregado.
“Para aumentar sua presença internacional, o Brasil deve investir na industrialização dos produtos agropecuários, alinhando-se às tendências globais e às exigências dos consumidores”, finaliza Marin.