Reconhecimento "focinhal"

Empresa brasileira inova em tecnologia para gados

Ferramenta custa R$ 0,95 e é capaz de identificar animais até quatro segundos

Biometria do espelho nasal (focinho) pode substituir marca a fogo e uso de brinco em bovinos
Imagem: AEN-PR/Divulgação
Biometria do espelho nasal (focinho) pode substituir marca a fogo e uso de brinco em bovinos Imagem: AEN-PR/Divulgação

Reconhecimento facial já virou rotina em aeroportos, condomínios e empresas. É quase impossível pensar em um mundo sem essa tecnologia. Agora, chegou a vez dos animais de produção.

A QR Cattle, empresa brasileira de inovações para pecuária, com sede em Osório (RS), desenvolveu um dispositivo biométrico capaz de identificar animais pelo focinho, um método sem nenhum contato e nenhum tipo de invasão, em até quatro segundos.

A inovação é liderada pelo advogado Flávio Mallmann, CEO do Grupo Sistema Sul S.A, e pelo administrador Paulo Bitar, CEO da RD2Buzz Brasil. Em tempos nos quais a rastreabilidade vem se tornando inegociável, a ferramenta é revolucionária.

“Com o leitor biométrico de focinhos, identificamos o animal para o resto da vida. É como a nossa digital”, disse Mallmann. Segundo ele, o objetivo da plataforma é permitir acesso seguro a informações como identificação, rastreabilidade, sustentabilidade e segurança sanitária. Hoje, animais de criação são identificados, em sua maioria, por brincos auriculares, que funcionam como uma espécie de “RG” individual.

Os tradicionais “brincos”

Eles são mais do que acessórios e contempla dados essenciais sobre o animal, como a data de nascimento, o sexo, lote, origem e dados sanitários, No entanto, a QR Cattle não quer competir com os brincos amarelos.

“Não vamos concorrer com o brinco, ele é complementar. A biometria é o chassi e o brinco é a placa, simples assim. Vamos entregar a rastreabilidade que valoriza o produto e atende às regras do mercado”.

A rastreabilidade de animais e outros produtos agrícolas se tornou uma exigência do consumidor interno e, principalmente, externo. A ideia é ter na palma da mão informações sobre todas as etapas da cadeia produtiva, da origem ao consumidor final, e comprovar, por exemplo, que aquele animal não foi criado em áreas de desmatamento ilegal ou se possui todas as vacinas em dia.