Após suspensões

Plano Safra: entidades pedem previsibilidade e mais recursos

As incertezas foram acentuadas pela suspensão das linhas de financiamento com juros equalizados no início deste mês e pela interrupção temporária das contratações

Plano Safra
Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Arquivo CNA

Cinquenta entidades do agronegócio publicaram uma carta conjunta pedindo previsibilidade e aprimoramentos para os Planos Safra 2024/25 e 2025/26. Os produtores também mostraram preocupação com as instabilidades do crédito rural.

As incertezas foram acentuadas pela suspensão das linhas de financiamento com juros equalizados no início deste mês e pela interrupção temporária das contratações do Plano Safra 2024/25, o que gerou reação imediata da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e dos produtores.

Depois das pressões, o governo federal publicou uma MP (Medida Provisória) que abre um crédito extraordinário de R$ 4,17 bilhões para retomar as linhas do Plano Safra 2024/2025. A medida foi publicado no DOU (Diário Oficial da União) na noite de segunda-feira (24).

Do total liberado, R$ 3,53 bilhões vão ser destinados a operações de custeio agropecuário, comercialização de produtos agropecuários e investimento rural e agroindustrial.

Outros R$ 645,7 milhões vão para as operações do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), linha de crédito do Plano Safra destinada a pequenos agricultores.

Mesmo com a volta das contratações, as entidades afirmaram que a suspensão mostrou a imprevisibilidade e reforçou a necessidade de mudanças estruturais.

Interrupção do Plano Safra gerou incertezas entre produtores

A carta das entidades foi entregue pela presidente do IPA (Instituto Pensar Agro), Tânia Zanella, à diretoria da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) na terça-feira (25). “Em nome de 50 entidades, entregamos ao presidente Lupion este manifesto sobre a importância que o Plano Safra faz na vida dos produtores rurais”, disse a presidente.

“A certeza e a previsibilidade de um Plano Safra robusto traz segurança ao campo às vésperas da safrinha e momento no qual a segurança sobre os recursos precisa prevalecer”, completou. “Medidas como essa (suspensão de recursos) podem prejudicar muito quem produz alimentos”.

“A escassez de crédito ou a oferta com juros elevados inviabilizam investimentos fundamentais para a modernização e sustentabilidade do setor”, disseram as entidades, na carta. Além disso, mencionam que a interrupção gerou incertezas no planejamento da produção do agronegócio.