Levantamento Sistemático da Produção Agrícola

Estimativa de agosto aponta safra recorde de 341 mi de toneladas em 2025

O resultado é 48,5 milhões maior do que o registrado em 2024 (292,7 milhões de toneladas), o que representa um crescimento de 16,6%.

Colheita de milho - 2021. (Foto: Gilson Abreu/AEN-PR)
Colheita de milho - 2021. (Foto: Gilson Abreu/AEN-PR)

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 341,2 milhões de toneladas em agosto de 2025, diz o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (11).

O resultado é 48,5 milhões maior do que o registrado em 2024 (292,7 milhões de toneladas), o que representa um crescimento de 16,6%.

A área a ser colhida neste ano deve ser maior. O IBGE estima que sejam 81,3 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 2,8% (2,2 milhões de hectares a mais). Em comparação com o mês anterior, a área a ser colhida apresentou uma expansão de 82,7 mil hectares (0,1%).

“Com auxílio do clima e aumento dos investimentos dos produtores, a safra chega ao recorde. Os produtores investiram mais nos cultivos da soja e do milho porque os preços dessas commodities estavam com uma boa rentabilidade. Outro fator relevante é que houve perdas grandes somente na produção da soja no Rio Grande do Sul. As lavouras de soja no Rio Grande do Sul sofreram com a falta de chuvas. O milho também, mas o milho sofreu bem menos”, explica o gerente do LSPA, Carlos Barradas.

O IBGE destacou o crescimento das estimativas da produção de soja, 0,2%, totalizando 165,9 milhões de toneladas); do milho, 0,3%, (138,0 milhões de toneladas); do trigo, 0,4% (7,7 milhões de toneladas) e do sorgo, 0,9%, (5,0 milhões de toneladas).

Em comparação com 2024, ocorreram acréscimos de 6,6% na produção de algodão herbáceo (em caroço); de 17,2% para o arroz em casca; de 14,5% para a soja; de 20,3% para o milho (crescimento de 13,7% para o milho 1ª safra e de 22,0% para o milho 2ª safra); de 24,7% para o sorgo; e de 2,6% para o trigo, e para o feijão ocorreu decréscimo de 0,5%.

Barradas ressaltou os recordes na produção de soja e milho, com 165,9 e 138,0 milhões de toneladas, respectivamente. “O clima benéfico e o aumento dos investimentos pelos produtores ampliando as áreas de plantio foram as principais razões das safras recordes destes itens”, explicou o gerente da pesquisa.

O arroz, o milho e a soja representam 92,6% da estimativa da produção e respondem por 88,0% da área a ser colhida. Ante o ano anterior, houve acréscimos de 5,1% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 11,2% na do arroz em casca; de 3,5% na da soja; de 3,6% na do milho (declínio de 5,4% no milho 1ª safra e crescimento de 6,2% no milho 2ª safra); e de 11,2% na do sorgo; ocorrendo declínios de 6,6% na do feijão e de 18,5% na do trigo.

Safra por regiões

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou uma variação anual positiva para todas as regiões do Brasil: Centro-Oeste (21,3%), Norte (21,0%), Sudeste (16,6%), Sul (9,4%) e Nordeste (8,6%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Região Norte (3,1%) e a Sul (0,4%). A Centro-Oeste (0,0%) apresentou estabilidade, e a Região Nordeste (-0,4%) e a Sudeste (-0,2%) apresentaram retração.

O estado do Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 32,4%, seguido pelo Paraná (13,5%), Goiás (11,3%), Rio Grande do Sul (9,5%), Mato Grosso do Sul (7,4%) e Minas Gerais (5,5%), que, somados, representaram 79,6% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (51,4%), Sul (25,1%), Sudeste (8,8%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,5%).

As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Pará (351.544 t), no Paraná (317.500 t), no Tocantins (186.964 t), em Rondônia (126.337 t) e no Amazonas (16 t). As variações negativas ocorreram em Minas Gerais (-62.524 t), no Ceará (-61.953 t), em Goiás (-33 633 t), no Maranhão (-21.938 t), em Pernambuco (-11.677 t), em Alagoas (-9.021 t), no Rio Grande do Norte (-7.761 t), no Rio de Janeiro (-205 t) e no Acre (-53 t).