As emissões de CPR (Cédulas de Produto Rural) alcançaram um total de R$ 268,84 bilhões na safra 2024/25, entre julho e fevereiro, de acordo com o Boletim de Finanças Privadas do Agro do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). O número é 68% maior que o alcançado no mesmo período do ciclo anterior.
O boletim mostra o desempenho dos principais títulos e Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) para o financiamento do agronegócio.
O CPR e a LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) foram as principais origens de recursos privados para financiar o setor em fevereiro. Seus estoques acumulados são de R$ 483,63 bilhões e R$ 540,14 bilhões, respectivamente.
Porém, o crescimento do estoque de LCA nesta safra até fevereiro ficou em 13%, o que mostra uma desaceleração na comparação anual.
As instituições financeiras têm o dever de manter 50% dos recursos captados com LCA aplicados em operações de financiamento rural. Desses, 50% devem ser destinados ao crédito rural e a outra metada à compra de papeis do agronegócio.
Fiagro Kawá quer R$ 1 bi para pequenos produtores de cacau
O instituto filantrópico Arapyaú e parceiros estão lançando o Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) Kawá, que tem o objetivo de alcançar R$ 1 bilhão até 2030 para financiar a agricultura familiar da cadeia do cacau.
O fundo, que, além do Arapyaú, conta com a participação da plataforma de investimentos Violet, da ONG Tabôa Fortalecimento Comunitário e da MOV Investimentos, se encaixa na categoria de blended finance, que une recursos de filantropia, de investidores do mercado financeiro e de capital público.
O Kawá inicia operações com R$ 30 milhões e o objetivo de beneficiar 1200 agricultores na Bahia e no Pará em sua primeira fase, segundo nota do instituto.
“Esse valor é quase três vezes superior ao financiamento público – via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) – destinado à cultura do cacau no ano de 2023”, diz o comunicado.
O desenvolvimento do Fiagro também conta com participação da Vert, que vai ser administradora do fundo, e da AIPC (Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau), que reúne as empresas que compram cacau dos produtores beneficiados.