O governo federal está mapeando mercados para redirecionar produtos agropecuários que poderão deixar de ser exportados para os EUA, caso a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump entre em vigor em 1º de agosto.
Até o momento, duas frentes estão em andamento: a abertura de novos mercados e a ampliação de fluxos comerciais para destinos já atendidos pelos produtos brasileiros, segundo fontes do Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). O diagnóstico dos destinos-alvo está sendo feito pelo Ministério da Agricultura, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores e o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Oriente Médio e Ásia estão na mira.
Estratégias de abertura de novos mercados
O foco inicial são os setores mais impactados pela tarifa e mais dependentes do mercado norte-americano, como suco de laranja, café, carne bovina, frutas e pescados, apurou o Broadcast Agro. A estratégia vem sendo alinhada com o setor privado, especialmente na definição dos mercados que devem ser priorizados nas negociações bilaterais.
Além disso, adidos agrícolas que atuam em embaixadas no exterior foram orientados a buscar importadores, colocando o Brasil à disposição e identificando novas oportunidades de exportação. Em paralelo, segundo o Investing, câmaras de comércio de outros países já têm acionado o governo brasileiro para oferecer seus mercados como possíveis destinos para os produtos afetados — entre eles, países árabes.
Uma avaliação inicial, apresentada pelo Ministério da Agricultura a entidades que representam os exportadores, inclui medidas como a conclusão de tratativas para abertura de mercados, habilitação de frigoríficos e negociações para redução tarifária de alguns produtos.
Medidas do governo para minimizar impactos
“Todas as alternativas estão à mesa para minimizar ao máximo os impactos no fluxo comercial afetado com os Estados Unidos. O primeiro passo é olhar os setores que terão vendas inviabilizadas aos EUA com a taxa de 50% e realizar busca ativa de oportunidades”, afirma um interlocutor que acompanha as tratativas.
No Ministério da Agricultura, há recomendação para reforçar a agenda internacional do ministro, ampliando o diálogo com seus pares em outros países, a fim de acelerar conversas em alto nível e destravar negociações em andamento.