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O Grupo Nevada, produtor de soja e feijão em Arinos (MG), pediu recuperação judicial para renegociação de dívidas de R$ 65 milhões, em especial com o Sicoob e o Banco do Brasil.
As dívidas foram causadas por dificuldades econômicas decorrentes de queda no preço das commodities, quebras de safra e taxas de juros elevadas para o financiamento de lavouras e renovação de maquinário, como informaram, ao “Globo Rural”, a Quist Investimentos e a RM2F Advogados, coordenadoras da recuperação judicial.
O juiz responsável pelo caso deve aprovar o pedido e quer antecipar os efeitos da recuperação, afirmou, ao “Globo Rural”, o CEO da Quist Investimentos, Douglas Duek. De acordo com ele, o foco da reestruturação vai ser a sustentabilidade financeira, para permitir o pagamento de dívidas e volta à normalidade.
De acordo com o Monitor RGF da Recuperação Judicial no Brasil, da consultoria RGF&Associados, 295 empresas de agropecuária estavam em recuperação judicial no último trimestre de 2024, com alta de 38,49% se comparado ao quarto trimestre de 2023.
Esses pedidos devem continuar em um alto patamar neste ano, disse o sócio da empresa especialista em reestruturação, RGF, Rodrigo Gallegos, ao “Globo Rural”. Isso porque o setor ainda sente os prejuízos da desvalorização das commodities agrícolas e da arroba do boi.
BrasilAgro tem prejuízo de R$ 19,6 milhões no 2º trimestre fiscal
A BrasilAgro (AGRO3) teve um prejuízo líquido de R$ 19,6 milhões no segundo trimestre fiscal de 2025, encerrado em 31 de dezembro de 2024, ante o prejuízo de R$ 10,1 milhões no mesmo período do ano anterior e de R$ 30,1 milhões um trimestre antes. O resultado reflete perdas da empresa nas operações de hedge.
Com a valorização inesperada do dólar no final de 2024, a política da empresa de travar os preços dos grãos no mercado futuro e o câmbio em operações internacionais gerou perdas de R$ 62,4 milhões no semestre fiscal, disse o diretor financeiro da BrasilAgro, Gustavo Javier Lopez, ao “Valor”.
A função da operação de hedge é diminuir a volatilidade e exposição da empresa. Com ela, a BrasilAgro ganhou R$ 21 milhões com a melhora nos preços da soja, mas perdeu o resto porque esperava que o dólar fosse a R$ 5,40 e não a R$ 6,20, como efetivamente aconteceu.
Apesar do prejuízo, os resultados operacionais foram positivos, com um Ebitda ajustado de R$ 31 milhões no segundo trimestre fiscal, ante um resultado negativo de R$ 12,6 milhões um ano antes. No primeiro semestre fiscal de 2025, o resultado foi de R$ 200,3 milhões, em comparação a R$ 10,8 milhões no mesmo período de 2024.