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Guerra comercial entre China e EUA é oportunidade, diz especialista

Na última safra, a contração das commodities no meio do ciclo impactou o segmento devido à compressão das margens de produção

Foto: Gabriel Rio/ BP Money
Foto: Gabriel Rio/ BP Money

Em meio à guerra comercial entre EUA e China, o agronegócio se apresenta como um setor que não deve sofrer impactos tão severos. A avaliação é de Guilherme Grahl, sócio-diretor da Valora, que destaca que, ao analisar o agro do ponto de vista macro para o micro, trata-se de alimentos — um bem essencial, e não supérfluo.

Além disso, Grahl ressalta que o setor agropecuário tem grandes oportunidades, considerando que a demanda por commodities já está contratada. “O volume de exportação, a produção de soja, entre outros produtos, já estão garantidos”, afirmou.

Outro ponto levantado pelo especialista é que 202 marca um período de recuperação. Na última safra, a contração das commodities no meio do ciclo impactou o segmento devido à compressão das margens de produção. Agora, o momento é de retomada.

“Já estamos na nova safra, a de 2024-2025, e ela começou com uma equação econômica que voltou a ser positiva para o produtor”, explicou Grahl.

Segundo ele, os custos de produção diminuíram significativamente, pois foram ajustados ao novo preço das commodities. Isso permite que os produtores voltem a operar com margens positivas, beneficiando toda a cadeia do agronegócio.

Guerra comercial entre China e EUA é positiva para o Brasil, maior exportador mundial

Ainda segundo Guilherme Grahl, o fato de o Brasil ser o maior exportador global gera oportunidades para o país em meio à disputa comercial entre EUA e China.

“A China é o maior consumidor mundial de soja”, disse Grahl ao BP Money, acrescentando que, na última disputa comercial entre as duas potências, o Brasil saiu beneficiado.

A China tem uma preocupação significativa com segurança alimentar e, caso o embate com os EUA se intensifique, uma das primeiras retaliações poderia ser justamente contra o setor agropecuário norte-americano, que é um grande exportador e o segundo maior fornecedor de soja do mundo. Isso abriria ainda mais espaço para o Brasil no mercado chinês.