
O Instituto Washington Pimentel realizou, nesta quarta-feira (11), o painel “Crédito, financiamento e governança corporativa”, que reúne especialistas e lideranças do agro, setor financeiro e entidades representativas para discutir os desafios do acesso ao crédito, alternativas de financiamento e a importância da governança no desenvolvimento do agronegócio.
O painel contou com a participação de Tiago Frahm Saito, fundador e CEO da Briko Capital e diretor executivo de Investment Banking da RBC; Pedro Rebelo, diretor de Negócios Internacionais da SP Negócios; Eduardo Sorensen, CEO e cofundador da Credifit e da LinkPJ, além de vice-presidente financeiro da ABRH Bahia; Carlos Eduardo Rodrigues Garcia, sócio da Paraguaçu Investimentos; Carminha Missio, vice-presidente da Faeb e coordenadora do programa Faeb Mulheres; e Lucélia Dourado, produtora rural e sócia-fundadora da Planejar Agronegócio.
A moderação ficou a cargo de Ruy Andrade, conselheiro de administração da PETROBAHIA S.A, e coordenador do IBGC.
Abrindo o painel, Carminha Missio destacou os entraves burocráticos enfrentados pelos produtores.
“Anunciam-se milhões de reais em recursos e, para o produtor acessar, é muito complicado, então gostaria de levantar a importância da desburocratização do crédito, principalmente no sentido documental”.
O debate promovido pelo Instituto Washington Pimentel apresentou alternativas para ampliar o acesso ao crédito no setor agropecuário.
Crédito Rural no Instituto Washington Pimentel: novas perspectivas para o Agro
Lucélia Dourado destacou a importância da personalização no atendimento ao produtor rural:
“A gente não analisa só documentos, analisamos a realidade do produtor, personalizando o acesso ao crédito conforme cada necessidade. Além disso, educamos nossos clientes em planejamento de crédito, que envolve produção, comercialização e não apenas taxas e acesso ao recurso. Trabalhamos com o que chamamos de ‘crédito inteligente’, que considera não só a taxa de juros, mas também prazo, tempo de pagamento e agilidade na liberação.”
Pedro Rebelo, da SP Negócios, enfatizou a necessidade de ampliar o olhar dos investidores estrangeiros para além do eixo Sudeste:
“O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e muitos países querem investir aqui. Mas, ao pensarem no Brasil, o foco ainda se concentra muito em São Paulo e algumas capitais. Raramente conhecem o interior e o Nordeste. Nossa presença aqui é justamente para entender e mostrar essa realidade a investidores. Só este ano, atendi mais de cinco delegações de províncias chinesas interessadas no agro brasileiro.”
Carlos Eduardo Garcia lembrou que o Plano Safra ainda é a primeira porta de entrada, mas não a única:
“O produtor começa buscando o Plano Safra, que é importante por ser direcionado e dar o start. Mas, quando precisa de agilidade, há outras alternativas. As gestoras de crédito podem oferecer soluções com menos burocracia, desde que haja documentação, transparência e governança.”
Eduardo Sorensen destacou o diferencial das instituições baianas, mais próximas da realidade local:
“A Credifit, por ser baiana e estar próxima da tomada de decisão no agro, tem o diferencial do ‘olho no olho’ com o produtor. Nosso papel é desburocratizar o crédito, com criatividade e flexibilidade, analisando cada projeto individualmente.”
Tiago Saito trouxe uma visão internacional sobre acesso a crédito:
“O escritório da Briko fica em Nova York, e por muitos anos atuei como banqueiro assessorando empresários lá. Se uma empresa tem boa governança, por que não buscar crédito no exterior? Lá há capital disponível e barato. Mas, para isso, é essencial falar a linguagem do investidor estrangeiro, contar uma boa história e ter planejamento.”
Sob a mediação de Ruy Andrade, o painel abordou temas centrais como alternativas de financiamento, a necessidade de simplificação dos processos, a valorização da transparência e da governança, além do papel estratégico de conectar o agro baiano a novas oportunidades e mercados.
Com essa iniciativa, o Instituto Washington Pimentel reafirma seu compromisso em fomentar debates qualificados que impulsionam a inovação, a capacitação e o crescimento sustentável do agronegócio brasileiro.