A repressão na fronteria com o México determinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem o objetivo de combater o contrabando de fentanil, mas resultou em uma apreensão maior de ovos que da droga, segundo informações do “The Telegraph”.
O fentanil é um anestésico 100 vezes mais forte que a morfina e 50 vezes mais viciante que a heroína.
Desde outubro, os agentes da fronteira apreenderam 3.768 produtos relacionados com aves, em comparação com 352 apreensões do opioide, como mostram os dados da CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA).
O relatório revelou que as apreensões de ovos aumentaram 36% em todo o país no ano que começou em outubro, em comparação com o ano anterior. Em partes do Texas, as apreensões chegaram a aumentar 54%. Já San Diego atingiu o dobro de apreensões.
Segundo o “The Telegraph”, a diferença no preço dos ovos entre os EUA e outros países é o principal motivo. O surto de gripe aviária no país norte-americano é um dos fatores que mais impulsionaram os preços.
Em fevereiro, o USDA anunciou que vai investir até US$ 1 bilhão para combater a alta nos preços dos ovos. Desses, US$ 500 milhões são para o desenvolvimento de medidas de biossegurança nas granjas, dos quais US$ 100 milhões vão para vacinas.
Nos EUA, a dúzia de ovos chega a valer US$ 6 (R$ 34,34).
Ovos: pressão por descontos aumenta e cotações recuam
As cotações dos ovos recuaram nos últimos dias nas praças acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Segundo o centro, a pressão pela concessão de descontos nos negócios aumentou, devido à típica queda da demanda neste período do mês.
Por outro lado, alguns agentes afirmam que os estoques nas granjas estão equilibrados, sem necessidade de reduções intensas nos valores. Como resultado, a intensidade das baixas variou conforme as regiões pesquisadas pelo Cepea.
Quanto à produção nacional de ovos para consumo, números consolidados do IBGE revelam que, em 2024, o volume atingiu 3,83 bilhões de dúzias, avanço de 11,5% em relação ao ano anterior e um novo recorde na série histórica do Instituto, iniciada em 2012.