Expansão agrícola regional

Matopiba: região brasileira onde produção de soja mais cresce

O sucesso do Matopiba tem se dado em sinergia com o desenvolvimento tecnológico

(Produção de soja / Foto: Ouro Safra/Divulgação)
(Produção de soja / Foto: Ouro Safra/Divulgação)

As regiões Centro-Oeste e Sul seguem liderando a produção da soja, principal cultura da agropecuária brasileira. No entanto, nos últimos anos, o avanço da oleaginosa tem ganhado força em outra região do país: o Matopiba.

As áreas produtoras de soja no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia cresceram 114% nas últimas dez safras, alcançando cerca de seis milhões de hectares, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 

No mesmo período, a expansão média nacional foi de 43%.

A empresa de tecnologia EEmovel Agro projeta que, na próxima década, o Matopiba deve avançar 11% ao ano, o que representa uma alta acumulada de 184%.

Ao contrário de outras regiões consolidadas, que adaptaram a produção ao longo de décadas, o desenvolvimento do Matopiba ocorre em sinergia com a evolução das tecnologias agrícolas mais recentes.

Seu avanço vem sendo impulsionado pela instalação de portos fluviais e novas conexões férreas e terrestres.

A produção de soja na região do Matopiba na safra 2024/2025 ficou em 32 milhões de toneladas, o correspondente a 19% do total do país, de 168,3 milhões de toneladas.

O Tocantins se destaca pela conversão de grandes áreas de pastagens degradadas em lavouras de soja. Segundo Joenes Mucci Peluzio, professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), essas transformações seguem o Código Florestal e a Lei Ambiental, abrindo novas fronteiras agrícolas sem infringir a legislação.

“As condições climáticas propícias e o baixo valor das terras agriculturáveis, quando comparadas às do Sul e Sudeste, devem ajudar a manter o cultivo de soja em expansão no estado nos próximos anos.”

Produção acelerada em Mato Grosso

Mato Grosso, líder histórico na produção de soja no Brasil, continua ampliando sua participação. Na safra 2024/2025, o estado deve colher 51 milhões de toneladas do grão, o equivalente a 30% da produção nacional.

Esse crescimento recente é atribuído a fatores como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, iniciada em 2019, e melhorias na infraestrutura da região Centro-Oeste.

“Áreas que antes não tinham viabilidade econômica passaram a ter, com a conclusão da rodovia BR-163, ligando Sinop [MT] ao porto de Mirituba [PA]”, diz Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso)

Além disso, a valorização do grão desde a pandemia tem incentivado novos investimentos e expansão da produção no estado.