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Milho: estoques baixos e demanda aquecida sustentam alta

No encerramento da semana passada, o indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximava dos R$ 90 por saca de 60 quilos

milho
Foto: Wenderson Araujo/Trilux/Arquivo CNA

Os preços do milho seguem em alta na maioria das regiões acompanhadas Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. De acordo com o centro, o impulso vem da combinação de estoques baixos com a demanda aquecida pelo cereal.

No encerramento da semana passada, o indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximava dos R$ 90 por saca de 60 quilos, patamar nominal verificado pela última vez em abril de 2022.

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)  indicam que os estoques iniciais da temporada 2024/25 são de apenas 2,04 milhões de toneladas, inferior às 2,1 milhões de toneladas apontadas em fevereiro de 2025 e bem abaixo das 7,2 milhões de toneladas da safra 2023/24.

O atual estoque representa apenas 2,4% do consumo anual do milho pelo mercado interno, estimado pela Conab em 86,97 milhões de toneladas em 2024/25.

Brasil deve ter produção recorde de 328,3 milhões de t de grãos, com 122,8 milhões de te de milho

A perspectiva de produção de grãos na safra 2024/25 do Brasil foi atualizada e está em 328,3 milhões de toneladas, o que representa um recorde histórico e uma alta de 10,3% em relação ao ciclo anterior. O número corresponde a um acréscimo de 30,6 milhões de toneladas ante 2023/24.

As atualizações foram divulgadas nesta quinta-feira (13), no 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). As previsões da companhia foram atualizadas após a conclusão do plantio das culturas de primeira safra e a intensificação dos trabalhos de colheita destes produtos.

O resultado reflete tanto um aumento na área plantada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como em uma recuperação na produtividade média das lavouras, projetada em 4.023 quilos por hectare.

soja tem estimativa de produção de 167,4 milhões de toneladas, 13,3% superior à safra passada. Após o início de colheita mais lento, devido a atrasos no plantio e excesso de chuvas em janeiro, a redução das precipitações em fevereiro propiciou um grande avanço na área colhida.

Nesta semana o índice de colheita se encontra em 60,9% da área, superior ao registrado no mesmo período na temporada anterior bem como na média dos últimos 5 anos, como indica o Progresso de Safra publicado pela Conab.

Os rendimentos obtidos até o momento têm superado positivamente as expectativas iniciais em importantes estados produtores, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

Por outro lado, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, a irregularidade e a ausência de precipitações já afetaram o potencial produtivo da cultura em quase todo o estado.

A colheita da soja dita o ritmo de avanço do plantio do milho 2ª safra, que já atinge 83,1% da área prevista. O índice está abaixo do registrado no último ciclo em período semelhante, porém mais alto do que a média dos últimos 5 anos.

A expectativa da Conab é que haja um crescimento da área da 2ª safra do cereal em 1,9%, chegando a aproximadamente 16,75 milhões de hectares. As condições climáticas até o momento são favoráveis e se estima uma recuperação na produtividade média nas lavouras, estimada em 5.703 quilos por hectares.

Com isso, a produção apenas na 2ª safra do grão está projetada em 95,5 milhões de toneladas, variação positiva de 5,8% em relação à 2023/24. Este bom desempenho influencia na estimativa esperada para a produção total de milho de 122,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,1%.