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Nestlé: consumo de chocolate está resistindo à alta do cacau

Hoje a cerca de US$ 8.000 por tonelada, o preço da amêndoa já chegou a US$ 12.565 em dezembro de 2024

Nestlé
Foto: Divulgação

A demanda por chocolate se mantém resiliente, apesar da alta nos preços do produto, motivada pela disparada da amêndoa de cacau, como afirmou o líder global de chocolates da Nestlé, Liberato Milo, ao “Globo Rural”. A empresa é a maior fabricante de chocolate do mundo e a maior compradora global de derivados de cacau.

Hoje a cerca de US$ 8.000 por tonelada, o preço da amêndoa já chegou a US$ 12.565 em dezembro de 2024. Há dois anos, em março de 2023, o produto era negociado por US$ 2.700 por tonelada. A alta se deve principalmente à quebra de safra no oeste da África.

Milo disse ao “Globo Rural” que a demanda mundial continua elevada especialmente em razão do aumento do consumo no sudeste asiático, que cresce na casa dos dois dígitos por ano.

Dessa forma, mesmo com uma eventual queda no consumo em países emergentes, a demanda mundial deve seguir aumentando e vai superar a produção, disse Milo. Isto porque a população do sudeste da Ásia, que há 15 anos não consumia chocolate, agora está consumindo entre 200 gramas a 300 gramas per capita ao ano.

Mesmo sendo inferior ao consumo de países como a Suíça, que chega a 10 quilos per capita ao ano, a alta na região é significativa, já que a população do sudeste asiático é de 3 bilhões de pessoas, destacou Milo ao “Globo Rural”.

Outras previsões do mercado são contrárias à perspectiva da Nestlé

De acordo com outras previsões do mercado, deve haver uma redução da demanda global na safra 2024/25, iniciada em outubro. Em fevereiro, a ICCO (Organização Internacional do Cacau) estimou que a demanda deve cair 4,8% em relação ao ciclo passado.

Milo afirmou ao “Globo Rural” que há outras regiões além do sudeste asiático que mantém o consumo elevado. O faturamento do setor de confectionery da Nestlé, que inclui os chocolates, cresceu em todas as regiões do mundo em 2024, segundo o balanço da empresa. A receita global da empresa apenas com chocolate subiu 5,7%.