O café brasileiro terá uma produção acima do esperado para 2025, segundo informações da consultoria Safras & Mercado publicado nesta terça-feira (15). A safra de café arábica, mais consumido no mundo, teve suas margens reajustadas para 40 milhões ante previsão de 38,35 milhões em dezembro de 2024.
A mudança se deve a um clima favorável em janeiro e parte de fevereiro com chuvas na região do plantio do ramo do café. Especialistas do setor lembraram que a previsão para a safra deste ano foi feita em um pessimismo grande com relação a futuras temporadas, devido a um grande período de secas.
As chuvas ajudaram a mudar o sentimento do produtor, afirma Gil Barach, analista do setor. Ele comentou que períodos secas acabam por estressar a planta, mas as chuvas permitiram melhoras em projeções anteriores:
“o sentimento hoje é que ainda vai ter quebra na safra no Brasil (em relação a 2024), mas melhorou o sentimento de produção de arábica. Talvez haja uma revisão para cima, mais próximo de 40 milhões, talvez um pouco superior a 40 milhões”, afirmou.
Cafés canéforas também crescem
Barach relatou que esteve em viagem recente ao espírito Santo, estado com maior produção da variante, e percebeu melhora nos indicadores iniciais. Em dezembro, projeções acusavam uma colheita começando em 24,10 milhões de sacas, mas novas estimativas elevam a produção de 25 a 26 milhões.
“O viés também é mais positivo, o que só reforça uma safra maior”, complementou. Diferentemente do arábica, as perspectivas do mercado são de que a safra brasileira de canéforas de 2025 supere a de 2024.
Café: preço dispara 77,8% e pressiona inflação em março
O preço do café moído registrou alta de 77,8% nos últimos 12 meses até março, conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta sexta-feira (11) pelo IBGE.
Somente em 2025, o aumento já soma 30,04%, com 8,14% de variação apenas em março.
Clima e oferta global afetam diretamente o café no Brasil e no mundo
specialistas explicam a alta expressiva no preço do café por uma série de fatores interligados, como a queda na oferta mundial, problemas nas safras de importantes países produtores — como o Vietnã — e, principalmente, condições climáticas adversas.
O café é uma cultura altamente sensível a variações de temperatura, e as altas temperaturas registradas nos últimos meses prejudicaram a produção tanto no Brasil quanto no exterior.