
O Bradesco BBI afirmou que o preço da carne brasileira nos EUA pode aumentar cerca de 76% com as tarifas de importação impostas por Donald Trump ao Brasil. Apesar disso, uma empresa pode se beneficiar disso.
O banco enumerou alguns reflexos que podem surgir a partir de 1° de agosto, quando a taxa entrará em vigor, disse o MoneyTimes.
Os analistas do Bradesco explicam que o preço médio da carne bovina brasileira exportada para os EUA foi de US$ 5,60/kg em junho. Com a tarifa de 50%, que soma-se à tarifa fora da cota de 26%, o preço do produto final subiria para US$ 9,86/kg, o que representa um aumento de 76,07%. O preço estimado da carne doméstica nos EUA é de US$ 8,58/kg.
“Dito isso, substituir o Brasil como fornecedor é praticamente inviável, o que pode levar a um aumento nos preços locais nos EUA. Assim, embora os exportadores brasileiros possam ser negativamente afetados, a menor oferta no mercado norte-americano pode elevar os preços internos, tornando a JBS (JBSS32) uma vencedora relativa e certamente uma empresa mais protegida”, explicam os especialistas.
As dificuldades para entender os possíveis reflexos também tem a ver com a possibilidade dos volumes serem redirecionados para outros mercados, mas os analistas já projetavam efeitos negativos para a carne brasileira no mercado norte-americano.
“Além disso, uma possível desvalorização do real, caso a tarifa de 50% seja implementada, também ajudaria a mitigar os impactos para os exportadores brasileiros”. concluíram.
A JBS é top pick do Bradesco BBI no setor de proteínas.
“Estamos agindo de forma proativa” diz Carlos Fávaro
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MS), publicou na tarde desta quinta-feira (10) um pronunciamento oficial sobre a tarifa de 50% imposta ao Brasil pelos EUA na quarta-feira (9).
O ministro disse que telefonou para as principais entidades representativas dos setores mais afetados (o setor de suco de laranja, o setor de carne bovina e o setor de café) para ampliar ações de redução das barreiras comerciais e dar proporcionar o crescimento da agropecuária brasileira.
“Neste momento, vou reforçar essas ações, buscando os mercados mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global, que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras. As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade. As ações proativas acontecerão aqui no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para minimizar os impactos.” escreveu o ministro.