Nesta terça-feira (11) a produção de açúcar na região centro-sul do Brasil foi estimada em 43,3 milhões de toneladas. A previsão faz referência ao período 2025/26 e representa uma alta de 8,5% frente a produção de 2024/2025, segundo relatório pela Hedgepoint Global Markets.
Como apurou a agência Reuter, a empresa de hedge (estratégia de proteção), informou que a região centro-sul deve disponibilizar mais açúcar na próxima leva. O crescimento se dá pela disponibilidade da matéria prima e aumento no ‘mix’ de cana encomendado para produção do adoçante.
De acordo com a coordenadora de inteligência da Hedge Point, Lívea Coda, a condição ruim da cana em 2024 pode limitar o bom desempenho da comodity em 2025. O resultado pode não alcançar a máxima do intervalo 2023/2024, onde a produtividade foi recorde.
A expectativa está em uma média de 82 toneladas por hectare, totalizando 630 milhões de toneladas no intervalo 2025/2026. A exportação de açúcar no centro-sul brasileiro em 2025/2026 também teve suas projeções aumentadas para 34,3 milhões de toneladas, uma alta anual.
Na leva de 2024/2025 a exportação foi de 31,5 milhões de toneladas, de acordo com a Hedgepoint.
Queimadas x setor agrícola: gado, açúcar e etanol sentem o peso
O Brasil está sofrendo com uma série de queimadas, e muitas das lesões afetadas por incêndios abrigados em empreendimentos agrícolas. Segundo o economista da Corano Capital, Bruno Corano, “algumas queimadas estão invadindo áreas de pasto, atingindo empresas ligadas à produção, ao abatimento de gado e à produção de carne”.
O cenário nacional é tão catastrófico que o monitoramento por satélite realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) chegou a registrar 5.132 focos de incêndio em um único dia.
A situação afeta a economia nacional como um todo. A mestre em Biologia e consultora ambiental Liziane Bertotti Crippa menciona que os investimentos no país podem ser reduzidos “em função de toda a questão da responsabilidade socioambiental”.
“Até o momento, a fauna e a flora dos biomas Amazônia e Cerrado foram as mais atingidas”, comentou Crippa.
“Embora as regiões mais afetadas tenham sido o Norte e o Centro-Oeste do país, o estado de São Paulo já sente as consequências das queimadas. As empresas do agronegócio ligadas ao cultivo de cana-de-açúcar e à produção de etanol lideraram as altas na bolsa de valores após os registros de queimadas no Brasil”, acrescentou Crippa.