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Os produtores brasileiros estão focados na colheita da soja e, com isso, seguem mais afastados das negociações no spot e/ou evitando comercializar grandes volumes neste momento. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Segundo pesquisadores do centro, esses agentes estão incertos sobre tendência de preços para as próximas semanas, diante das condições climáticas adversas na Argentina e no Paraguai, que pode limitar a oferta desses países e favorecer as vendas do Brasil.
Compradores consultados pelo Cepea, por sua vez, também estão cautelosos, adquirindo pequenos volumes para suprir necessidades imediatas. Demandantes esperam que a safra recorde no Brasil resulte em melhores oportunidades de negócios nos próximos dias.
Soja: consultoria eleva projeções, mas alerta para o clima
A consultoria Hedgepoint Global Markets aumentou sua projeção para a produção de soja na safra brasileira 2024/25 para 171,5 milhões de toneladas, com expectativa de boa produtividade em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. O volume deve levar a um recorde de exportações.
Enquanto isso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta uma safra 2024/25 de 166 milhões de toneladas para a oleaginosa.
Ainda há incertezas sobre o consumo doméstico de óleo de soja e o clima, considerando que o fenômeno La Niña deve estar ativo entre fevereiro e abril deste ano e pode afetar a produção e logística nas regiões produtoras.
Nos EUA, a projeção para a safra do USDA é de 118,8 milhões de toneladas, com crescimento do esmagamento e da exportação em 2024/25. Os estoques do país também devem aumentar, pressionando mais os preços.
Já para a Argentina, o USDA diminuiu a estimativa de produção e podem ocorrer novos cortes se não houver melhora nas condições climáticas. As quedas na produção podem levar a uma redução no esmagamento e nas exportações, o que deve beneficiar os subprodutos dos EUA e do Brasil.