O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou, durante um evento realizado na última terça-feira (6), que o Estado pretende liderar a transição energética no país, tornando-se o primeiro a eliminar totalmente o uso do diesel. Segundo ele, essa mudança começa pelo campo.
O plano envolve a adoção de fontes renováveis no setor rural, com destaque para o uso de etanol em veículos pesados, como tratores, além da incorporação de biometano e hidrogênio verde como alternativas sustentáveis.
Tarcísio reforçou o compromisso: o objetivo é substituir “completamente” o diesel por combustíveis mais limpos em São Paulo.
“O agro paulista vai ser o primeiro a se descarbonizar completamente… São Paulo vai ser o primeiro Estado, pode anotar o que estou dizendo hoje, a substituir completamente o diesel”, disse o governador, na abertura do evento Cenário Geopolítico e Agricultura Tropical, promovido pela CNA/Senar.
Atualmente, o uso de diesel é predominante na agricultura e no transporte de produtos rurais, sendo uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), de 2023, revelam que o setor agropecuário nacional registrou 631,2 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, o maior valor da série histórica e 2,2% acima do total emitido em 2022. A maior parte dessas emissões vindo do uso de combustíveis fósseis, como o diesel.
A transição para alternativas renováveis, portanto, pode representar um avanço na redução da pegada de carbono do setor e contribuir significativamente para o cumprimento das metas climáticas do Estado e do país.
A mudança também traria benefícios econômicos, com a redução de custos com combustíveis fósseis e maior independência energética para o setor agropecuário.
Agro paulista será vitrine da transição energética, diz Tarcísio
O governador Tarcísio de Freitas afirmou que o processo de transição energética em São Paulo começará pelas atividades no campo, com foco na substituição do diesel — combustível fóssil amplamente utilizado na agricultura — por alternativas mais sustentáveis. Segundo ele, essa mudança será impulsionada principalmente pelo uso de biometano e etanol em caminhões e máquinas agrícolas.
Apesar de o diesel comercializado no país já conter uma mistura de 14% de biodiesel, a meta é ir além. “Vamos ver cada vez mais caminhões movidos a biometano”, disse Freitas, destacando também o potencial do etanol nesse processo.
Para viabilizar essa mudança, o governo estadual trabalha na remoção de barreiras regulatórias, especialmente para permitir a entrada do biometano na rede de distribuição, substituindo progressivamente o gás natural.
Além da agenda ambiental, Tarcísio apontou que o contexto econômico internacional — marcado por tensões comerciais e a chamada guerra tarifária iniciada pelo ex-presidente Donald Trump — pode abrir espaço para o Brasil ampliar sua presença nos mercados da Ásia e da Europa.
Na visão do governador, a busca global por cadeias produtivas mais limpas representa uma oportunidade estratégica para o país.