Especial BP Money

Bel Borba faz paralelo entre arte e finanças e destaca educação financeira

A trajetória de Bel Borba mostra que arte e mercado não são mundos tão distantes assim. Com criatividade e estratégia, é possível construir pontes — inclusive entre pincéis e blockchain.

Foto: BP Money
Foto: BP Money

Acostumado a lidar com projetos de grande porte e prazos longos, o artista visual Bel Borba conhece bem os bastidores da criação artística — que vão muito além da inspiração. Ao refletir sobre a estrutura do mercado das artes, Bel traça paralelos com o mercado financeiro, reconhecendo que ambos são complexos, exigem planejamento e sensibilidade para lidar com variáveis nem sempre visíveis.

Sem se colocar como especialista em finanças, o artista destaca a importância da educação financeira, sobretudo para quem atua de forma autônoma ou empreendedora. “Acho que todo e qualquer mercado é uma coisa de altíssima complexidade”, comenta.

Em entrevista ao BP Money, Bel valorizou o papel de plataformas que tornam o debate financeiro mais acessível.

“Quando se dá uma atenção a uma camada, que não são tradicionais praticantes ou investidores desse universo, você está abrindo o mercado para outras camadas”, afirmou, ao reconhecer o BP Money como destaque nos projetos que popularizam temas como economia, finanças e investimentos.

Em 2021, Bel também foi protagonista de uma iniciativa inédita no Brasil ao se tornar o primeiro artista baiano a comercializar uma obra em NFT.

A pintura Fronteira Físico/Digital foi criada especialmente para um leilão online promovido pela InspireIP Collectibles em parceria com a Nordeste Leilões, com lances a partir de R$ 3.200.

A obra levou 32 dias para ser produzida e marcou a entrada do artista no universo dos tokens digitais verificados por blockchain.

Arte também é gestão

A experiência acumulada por décadas em projetos urbanos e exposições revelou a Bel uma dimensão muitas vezes invisível da arte: a necessidade de organização, logística e controle financeiro.

O artista comenta que todo artista, assim como em todas as areas de atuação, mais cedo ou mais tarde, vai se deparar com o peso dos números. Ele observa que, embora esses temas sejam fundamentais, ainda são pouco abordados nas formações acadêmicas da área.

“Nas escolas de arte […] não se fala de logística, não se fala de educação financeira […] e marketing. Essas três coisas são muito importantes para um artista”, afirmou.

Essa ausência se torna ainda mais sensível quando o artista assume a responsabilidade de grandes contratos. Bel explica que nem toda verba recebida representa lucro direto, pois parte dela é destinada à produção, equipe técnica, cálculos estruturais e outros custos. Por isso, uma boa gestão de recursos se torna essencial.

“Você faz um projeto grande […] você tem que deixar esse dinheiro em algum lugar. […] Não pode deixar uma obra que você passa seis meses fazendo sem fazer uma gestão financeira desse capital”, disse.

O artista reconhece que o dinheiro parado perde valor, e que é necessário pensar em como preservá-lo. “O dinheiro parado perde valor. Está deixando de ganhar, de fato”, pontua.

Além disso, Bel questiona a ideia comum de que o mercado financeiro é um campo exclusivo de quem tem muito dinheiro.

“Primeiro que você acha que investimento no mercado financeiro é só para quem tem muita grana. E não é bem assim”, observa, apontando para a importância de tornar o tema acessível desde cedo, ainda nas escolas.

Ao comentar sobre a proposta do BP Money de comunicar finanças de forma didática, Bel reconheceu o impacto e sua função social no dia a dia das pessoas. Ele acredita que, assim como a arte, o mercado financeiro tem nuances, riscos e caminhos distintos — e que o conhecimento básico pode evitar erros e ampliar oportunidades.

“Hoje em dia […] já se fala em finanças. Então, já faz parte do dia a dia, das refeições”, disse, destacando que o conteúdo já está presente no cotidiano, mas pode e deve se espalhar ainda mais horizontalmente.