O ESG, sigla que em português se refere à responsabilidade do setor privado nas áreas ambiental, social e governança, começou a repercutir no cenário empresarial e as companhias passaram a se comprometer em utilizar de atitudes mais sustentáveis em diversos aspectos. Porém, no Brasil essa prática está um tanto atrasada, segundo Emanuel Pessoa, advogado especializado em Direito Econômico Internacional e Governança Corporativa.
“Essa é uma prática que já está gigantesca fora do Brasil, nós estamos um pouco atrasados, mas estamos aí compensando. Cada vez mais fundos brasileiros só aportam dinheiro em empresas que efetivamente demonstram compromisso ambiental e social”, alega Pessoa. O especialista aponta ainda que a governança corporativa é mais forte no ambientes institucionais brasileiros, no entanto é mais vista nas grandes empresas.
Os investimentos em ESG são aqueles que agregam temas ambientais, sociais e de governança como critérios de escolha, permitindo uma avaliação das empresas além das tradicionais análises financeiras, por meio de uma visão integral.
Para o advogado, as companhias cada vez mais têm investido na diversidade, do ponto de vista social, e em questões ambientais. “As empresas que emitem os chamados bônus verdes, que são emissões ligadas à redução de poluição, conseguem juros mais baixos”, afirma.
Pessoa ainda explica que a Klabin e a Suzano já fizeram emissões com valores de juros baixos para o mercado brasileiro porque haviam se comprometido com o mercado internacional na redução de poluição. Existem casos em que investimentos são desautorizados no exterior a partir do momento que se descobre que são de empresas que não investem em diversidade e nem em sustentabilidade.
O movimento de empresas que se preocupam com fatores ambientais, sociais e de governança está crescendo no país, mesmo diante de um movimento mais lento, porque as companhias que têm um ESG mais desenvolvido passam a valer mais, o valor eixo costuma ser mais alto. Emanuel Pessoa esclarece que o fundo que melhor performa no Brasil é o Fundo Verde, que investe em empresas ambientalmente responsáveis.
O especialista justifica também que o ESG é um diferencial para os investidores, porque eles procuram aportar dinheiro na economia real, o que resulta numa potencial busca por negócios, que ao mesmo tempo necessitam atrair a atenção desse público. Os ESGs trazem uma série de discussões sobre o estudo de uma empresa, além de terem como objetivo colaborar com questões sociais e de manutenção do planeta.