Durante o evento On The Road, promovido pela Blockchain Hill na Unifacs (Universidade Salvador) nesta terça-feira (1), o professor de Direito e especialista em criptoativos, Lucas Carapiar, destacou as principais inovações e desafios do DREX, o real digital brasileiro desenvolvido pelo BC (Banco Central).
Segundo ele, o DREX tem como proposta ampliar o acesso da população aos serviços financeiros e investimentos, por meio da redução de custos e da eliminação de intermediários.
“A ideia é permitir que produtos financeiros estejam mais presentes no cotidiano do brasileiro, de forma mais simples e acessível”, afirmou o professor.
Outra inovação relevante apontada por Carapiar é o uso do DREX como plataforma para contratos inteligentes, o que permitirá a programabilidade de transações.
Isso deve viabilizar a circulação de diferentes tipos de tokens,como ativos imobiliários, produtos do mercado financeiro e até garantias de crédito, dentro de uma blockchain permissionada regulada pelo governo.
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Além disso, ele ressaltou o potencial do DREX para facilitar operações de liquidação, especialmente em situações que envolvam colaterais financeiros.
“A grande vantagem é que essas liquidações ocorreriam diretamente em real, sem depender de stablecoins ou outros ativos digitais, o que aumenta a confiabilidade para o mercado regulado”, explicou.
Desafios técnicos: o equilíbrio entre transparência e privacidade
No entanto, a implementação do DREX ainda enfrenta desafios técnicos, sobretudo no equilíbrio entre transparência e privacidade.
Carapiar comparou a blockchain a um “cofre com gavetas transparentes”, onde é possível ver o conteúdo, mas não necessariamente saber a quem pertence.
“O Banco Central precisa garantir que a identificação feita pelas instituições financeiras não exponha os dados dos usuários”, concluiu.
