Ao lado de ex-Verde

Felipe Arslan aposta em valor e segurança com a Morada Capital

O foco da Morada Capital está em ativos com desempenho comprovado

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Felipe Arslan, ex-Vinland Capital, lança a Morada Capital apostando em uma estratégia de investimentos seguros. A nova casa combina ações de valor no Brasil com ativos de crescimento nos EUA. A gestora é fruto da parceria entre Arslan e nomes de peso do mercado, como Murilo Arruda, ex-Verde Asset.

Em entrevista ao BP Money, Arslan contou que a transição da Vinland — que ajudou a construir — para a Morada Capital foi um desafio marcante.

“Tenho muito orgulho de ter trabalhado com pessoas que me fizeram crescer profissionalmente. Sou muito grato a vários profissionais que estiveram comigo ao longo da minha jornada de quase 30 anos de mercado”, disse.

Segundo ele, a experiência na Vinland proporcionou uma “visão holístico” sobre produtos, gestão e funcionamento de uma gestora. Arslan afirma que após 25 anos atuando como trader e gestor de ações, conseguiu usar essa experiência para transmitir aos investidores, com muita transparência, as estratégias e pensamentos da gestão. Essa bagagem impulsionou a criação da nova gestora.

A nova aposta de Felipe Arslan

Felipe Arslan explicou que ele, Murilo Arruda e Alex Gonçalves formam o trio de sócios da Morada Capital, atuando como CEO, gestor e trader, respectivamente. Juntos, formam o comitê executivo da gestora.

Durante a entrevista, Arslan e Arruda detalharam a estratégia para gerar retornos consistentes com risco controlado.

Eles destacaram que, no Brasil, questões culturais e sociais levam a políticas assistencialistas que, no final, comprometem a responsabilidade fiscal. Como reflexo, os juros reais permaneceram elevados nos últimos 20 anos.

Essa realidade torna a renda fixa muito atrativa. Portanto, muitos investidores acabam evitando ativos mais voláteis. Diante desse cenário, a Morada Capital estruturou um modelo de gestão focado em estabilidade e consistência.

“Nossa primeira excelência é analisar empresas com histórico sólido no Brasil”, disse Arruda. Segundo ele, apenas 10 ações atendem aos critérios rigorosos da gestora — companhias que mantiveram lucros consistentes e superaram o CDI em diferentes ciclos econômicos.

A execução e o controle de risco ficam a cargo de Alex Gonçalves. A gestora adota parâmetros rígidos: a cota pode cair no máximo 8% em um único dia e cerca de 4% em, no máximo, oito eventos durante o ano. Além disso, a gestora utiliza modelagens estatísticas para encontrar ativos complementares e reduzir a volatilidade.

Brasil resiliente, EUA como motor de crescimento

Arslan e Arruda explicaram também que o portfólio da Morada é dividido entre Brasil e Estados Unidos.

No Brasil, a gestora prioriza setores mais resilientes, como infraestrutura, saneamento, energia elétrica e bancos. Esses segmentos tendem a ser favorecidos em cenários de juros elevados.

Por outro lado, para buscar crescimento no longo prazo, a aposta está nos EUA. “Os Estados Unidos já superaram o desafio do custo de capital e possuem forte capital intelectual, que atrai talentos do mundo inteiro”, afirmou Arruda.

Segundo a dupla, o investidor brasileiro sente cada vez mais desconforto em tomar risco no país. Assim, a diversificação internacional se torna estratégica. E o compromisso da Morada é claro: maximizar o retorno ajustado ao risco, buscando sempre o melhor índice de Sharpe.