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O mundo corporativo evoluiu muito em ferramentas, processos e tecnologias. Ainda assim, o maior desafio das organizações permanece humano: como alinhar as pessoas em torno de um mesmo propósito. O avanço das metodologias de gestão, por si só, não resolve esse dilema.

É nesse ponto que os OKRs (Objectives and Key Results) se consolidam não apenas como um sistema de metas, mas como uma ferramenta de conexão, entre estratégia, execução e sentido.

Os números ajudam a explicar o porquê. Pesquisas mostram que 86% dos executivos e funcionários consideram a falta de colaboração ou a comunicação ineficaz a principal causa de fracasso nas empresas. Isso significa que o problema não está necessariamente na estratégia, mas na incapacidade de fazer com que todos a compreendam e a executem de forma coordenada.

É justamente aí que o OKR entra: criando uma linguagem comum e transparente que conecta o trabalho de cada indivíduo ao objetivo global da organização.

Essa conexão fortalece o engajamento e a retenção de talentos. Em um mercado onde as pessoas buscam cada vez mais propósito e reconhecimento, empresas que cultivam alinhamento e clareza de objetivos constroem vínculos mais duradouros e genuínos com suas equipes.

Em experiências próprias, durante um alinhamento de objetivos e resultados, um dos funcionários do time de treinamento questionou sobre a sua função e como ele deveria atuar para que seu trabalho fosse mais útil para as outras partes do processo. Uma atitude necessária para toda a equipe envolvida que, ao entender a colocação, incluiu ele de forma clara e objetiva.

O caráter aspiracional dos OKRs também estimula uma cultura de aprendizado e evolução contínua. Ao incentivar metas desafiadoras e resultados mensuráveis, a ferramenta promove experimentação, inovação e resiliência, valores fundamentais para organizações que desejam crescer de forma sustentável.

Claro, a jornada não é simples. Cerca de 60% a 70% das empresas enfrentam dificuldades na implementação inicial dos OKRs, geralmente por confundir Key Results com tarefas, em vez de resultados mensuráveis.

A maturidade, na prática, leva tempo: são necessários três a cinco ciclos, o equivalente a nove a quinze meses, para que a metodologia seja internalizada e seus efeitos se tornem tangíveis, sendo os ciclos curtos os mais raros.

O erro comum é tratar o OKR como uma “ferramenta de controle”. Ele não é. OKR é sobre clareza, autonomia e propósito compartilhado. Quando bem aplicado, transforma a gestão de metas em gestão de significado. E no fim das contas, é isso que diferencia organizações que simplesmente funcionam daquelas que realmente evoluem.

Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: https://www.gestaopragmatica.com.br/