*Por Daniel Gomes
A economia digital no mundo se expande na medida em que aumenta a utilização da tecnologia nas mais diversas atividades cotidianas. Assim, na economia digital e sua sociedade hiperconectada, ter uma legislação que regulamente o tratamento dos dados pessoais permite que a sociedade funcione melhor e de forma mais segura.
Segundo a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) o crescimento previsto nos investimentos em tecnologia no Brasil é de 14,3%. Na América Latina, nós somos o país que mais investe no setor e, com os avanços da área, novos desafios em segurança cibernética acabam surgindo.
Conter as invasões e vazamentos de dados é obrigatório perante a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Com isso, uma pesquisa da PwC Digital revelou que 83% dos líderes de organizações brasileiras pretendem aumentar seus gastos com cibersegurança ainda neste ano.
Por mais que a lei já tenha quase 2 anos de vigência, muitas empresas ainda encontram desafios ao se adequar à LGPD, sendo que, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Alvarez & Marsal, HLFMap, Privacy Tools, Serur Advogados e ABNT, que estudou o nível de maturidade das empresas brasileiras em sua adequação à LGPD, de 366 empresas entrevistadas (em diferentes estágios de crescimento e de setores diversos), apenas 9,8% consideram já ter atendido de 81% a 100% dos requisitos legais da lei.
O setor de atividades financeiras, seguros e serviços relacionados é o pioneiro na adequação à LGPD, sendo que 37,5% das empresas desse segmento consideram ter entre 81% e 100% dos requisitos da lei atendidos.
Esse pioneirismo pode ser atribuído, em parte, pela alta concorrência do mercado com a entrada das fintechs, além dos crescentes casos de golpes e fraudes no Brasil, o que pressionou as empresas do mercado financeiro a adotarem medidas de segurança e privacidade para garantir a fidelidade de seus clientes.
Mesmo com os avanços do setor, os segmentos com mais investidas dos golpistas são a categoria de bancos e cartões e o seguimento das financeiras. Por isso, para as empresas do setor de crédito, a implementação, normatização e adequação à LGPD deve ser um processo contínuo e que precisa ser atualizado constantemente.
Segundo um estudo recente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), as iniciativas contra o vazamento de informações e ataques de hackers cresceram 42% desde o início da pandemia, e esse movimento se deve a maior incidência desse tipo de problema. Somente durante o primeiro semestre de 2022, ocorreram quase 3 milhões de ataques cibernéticos, o que representa uma alta de cerca de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
Embora os números possam assustar, muita coisa foi concluída e outras estão sendo feitas. Algumas empresas estão investindo em planos de prevenção para minimizar os riscos virtuais. A Nexoos, por exemplo, estabeleceu uma área interna e focada em Privacidade e Proteção de Dados, que tem como responsabilidade garantir que todos os processos internos, tecnologia e, também, fornecedores, estejam em conformidade com a LGPD. Além disso, a área também tem conhecimento de todas as normas aplicáveis para este assunto, a fim de garantir o máximo respeito à privacidade de todos os titulares.
O fato é que o poder público e outros setores privados precisam manter o diálogo para atualizar as regulamentações quando necessário e discutir o curso das leis para proteger a sociedade e seus dados. Afinal de contas, todos fazemos parte do mesmo ecossistema.
Daniel Gomes é CEO da Nexoos