Mundo dos negócios

C-Level como extensão da empresa: O que aprendi sobre liderança e identidade de marca

Hoje, os c-levels são também corresponsáveis pela venda e posicionamento de onde atuam, antes papel isolado da área de vendas

Foto: pexels
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Desde que o mundo dos negócios passou a despertar mais interesse público e o CEO se destacou como figura pública, os executivos passaram a ser vistos como extensões da marca da empresa. Hoje, os c-levels são também corresponsáveis pela venda e posicionamento de onde atuam, antes papel isolado da área de vendas. Testemunhamos essa transformação se consolidando nas organizações ao longo das últimas décadas, mas, no mundo hiperconectado das redes sociais e da transformação digital, essa realidade tem escalado ainda mais.

Os C-Levels estão cada vez mais em foco — e isso é uma oportunidade incrível. Há quem prefira um estilo de gestão mais discreto, verdade, e não há nada errado com isso. Mas tenho também acompanhado, com admiração, colegas executivos que aproveitam essa mudança para entregar mensagens importantes e gerar impacto em suas comunidades. É também o meu caso.

Observo que o estilo de vida, a postura e as prioridades no âmbito pessoal e social dos CEOs e CFOs acabam sempre refletindo de alguma forma na operação. Por outro lado, a missão da companhia também acaba extrapolando as paredes da sede. E ainda bem. São as pessoas que, afinal, criam o ambiente de uma corporação e garantem a perpetuidade de sua cultura, mas tudo começa quando seus executivos definem o ponto de partida.

Foi ainda por volta dos anos 1980 que os CEOs começaram a ganhar destaque na imprensa, em especial no segmento automotivo. Líderes como Lee Lacocca, da Chrysler, e Jack Welch, da General Electric, despertaram interesse em novos públicos ao adotarem uma postura de porta-voz da empresa e de valores impressos na cultura de suas organizações.

Anos depois, no contexto da revolução tecnológica, essa figura passou a tomar ainda mais a dianteira. No Vale do Silício, seria difícil imaginar Apple sem Jobs, Amazon sem Bezos, Microsoft sem Gates. Esses executivos se transformaram em verdadeiros gurus das transformações que queriam testemunhar no mundo. Agora, com as redes sociais, talvez estejamos vivendo um outro salto como este.

Na minha trajetória profissional, sempre busquei exercer alguma influência. Acredito no exemplo como melhor estratégia de liderança, da porta para dentro, e como cartão de visitas para quem vê de fora. E procuro aplicar no cotidiano da operação os valores que trago da minha família, como o respeito e o valor do trabalho digno, e das empresas globais por onde passei — e que ressoam com a missão da Conta Simples.

Como CFO, entendo que meu cargo não passou ileso às aceleradas transformações dos últimos anos e que a posição tem ganhado mais protagonismo dentro das organizações. O líder financeiro das companhias conquistou, ao longo do tempo, mais espaço na estratégia de negócios e na tomada de decisões — daí a importância de estar bem servido de dados. É um profissional que precisa pensar, cada vez mais, de forma holística e treinar seu time para extinguir os planilheiros – o que tenho entendido como um avanço do tradicional para o estratégico.

É a forma como prefiro trabalhar, na verdade. Invisto tempo com a equipe de produto, tomo café com o comercial, converso com nossos clientes. Meu papel continua sendo discutir caixa, mas é gastar a sola do sapato também. É mais do que isso. Quem senta nessa cadeira, agora, tem também uma grande responsabilidade: a de ser também modelo dos valores e da missão da empresa no âmbito social.

Antes de vir para a Conta Simples, já conhecia os valores e a forma de trabalho de seus fundadores — hoje meus sócios. Minha confiança em nossa missão, de levar mais visibilidade, controle e autonomia a quem toma as decisões nas empresas, e no potencial transformador da nossa plataforma de gestão de despesas corporativas, foi o que despertou o interesse na jornada. Mas foi a identificação com a cultura, no fim, que me fez ficar.

E se por um lado a hiperexposição das redes traz alguma perda em termos de privacidade, por outro oferece uma ferramenta incrível de diálogo e influência. Como C-Level, penso que não podemos ignorar essa oportunidade.