
O debate sobre investimentos no Brasil ainda se concentra nas grandes capitais, mas os números mostram uma realidade diferente: a verdadeira potência econômica está nos rincões brasileiros, especialmente no interior de São Paulo. Fizemos um estudo que aponta a região como responsável por 53,1% do consumo estadual e 15% do consumo nacional, com PIBs locais comparáveis ao de estados inteiros. Campinas, por exemplo, movimenta R$ 72,9 bilhões, Jundiaí R$ 57,7 bilhões, Ribeirão Preto R$ 45,4 bilhões, São José dos Campos R$ 45,2 bilhões e Bauru, com R$ 21,5 bilhões Esses polos revelam a força de uma economia diversificada, sustentada simultaneamente pela indústria de alta tecnologia, pelo agronegócio global e por um setor de serviços e imobiliário de alto padrão.
Esse dinamismo se traduz em capital disponível. Estimamos um fluxo de dezenas de bilhões de reais em novos investimentos por ano apenas nas cidades-polo do interior paulista. Entre 1,2 e 1,5 milhão de pessoas da região já investem em renda variável, segundo estimativas baseadas na base da B3. O investidor local está cada vez mais sofisticado: 42% dos clientes analisados no estudo que fizemos, possuem perfil arrojado, enquanto os moderados representam cerca de 34% e os conservadores apenas 24%.
O perfil etário também ajuda a entender essa maturação. A maior concentração de investidores está na faixa de 31 a 40 anos, com patrimônio médio de R$ 272 mil, seguida de perto pelas faixas de 21 a 30 e 41 a 50 anos. Homens ainda são maioria, representando 68% da base, mas a participação feminina cresce de forma consistente. Entre as investidoras até 30 anos, 94% são solteiras, sinalizando maior autonomia financeira e protagonismo nas decisões. Apesar de ainda preferirem a renda fixa, com 56% concentrando o portfólio nesse tipo de ativo, já começam a diversificar mais. Os homens, por sua vez, aumentam significativamente seu patrimônio investido com a idade: na faixa de 61 a 70 anos, a média chega a R$ 1,8 milhão, contra R$ 400 mil entre as mulheres no mesmo recorte.
Esse público distribui seu capital em produtos que vão além da poupança, embora 23,4% ainda a utilizem. Fundos de investimento aparecem como porta de entrada para diversificação, CDBs continuam relevantes na renda fixa, ações se consolidam como o principal ativo de renda variável, o Tesouro Direto oferece segurança e previsibilidade, e as LCIs se destacam pela isenção de imposto de renda. O apetite imobiliário é outro traço marcante: 31% dos consumidores do interior paulista afirmam planejar a compra de um imóvel nos próximos 12 meses, índice 13% superior à média nacional. A alta da Selic também impulsiona esse perfil a recorrer aos consórcios para conquistar uma casa.
Três perfis se destacam no interior paulista. O poupador tradicionalista, fiel aos grandes bancos, continua priorizando a segurança. O agrocapitalista, empresário rural sofisticado, diversifica em LCAs, CRAs e Fiagros, com maior presença em cidades como Ribeirão Preto, Piracicaba e São Carlos. E o profissional nativo digital, geralmente jovem e conectado, busca diversificação global por meio de plataformas digitais, predominando em polos como Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.
A combinação de PIBs robustos, capital humano qualificado, infraestrutura moderna e interesse crescente por diversificação torna o interior paulista um dos ambientes mais férteis para o crescimento da indústria de investimentos nos próximos anos. Nosso papel como assessor, é transformar esse potencial em riqueza multiplicada, mantendo o capital no interior e colocando a sofisticação financeira ao alcance de quem já provou ter recursos, apetite e visão de futuro.
 
								
		Análises sobre o avanço econômico e financeiro do interior do Brasil
Análises sobre como o interior do Brasil se consolida como nova força do mercado financeiro. A cada edição, Felipe Chad destaca dados, tendências e comportamentos que revelam o avanço dos investidores e o novo mapa do capital fora dos grandes centros.
Análises sobre como o interior do Brasil se consolida como nova força do mercado financeiro. A cada edição, Felipe Chad destaca dados, tendências e comportamentos que revelam o avanço dos investidores e o novo mapa do capital fora dos grandes centros.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		