
A Black Friday é, sem dúvida, uma das datas mais esperadas do varejo brasileiro. Desde o início de novembro, o setor já registra forte movimentação. Dados da Linx mostram que as vendas em marketplaces cresceram 12% na primeira semana do mês em relação ao mesmo período do ano passado.
É um resultado expressivo que reforça o poder da data como motor de consumo, mas também evidencia o quanto ainda há espaço para evoluir na construção de relacionamentos duradouros com o cliente.
Um exemplo claro está no uso do cashback. Embora a ferramenta tenha conquistado popularidade e seja reconhecida como uma das principais estratégias de fidelização, seu potencial real ainda é pouco explorado. De acordo com dados da Linx, apenas cerca de 6% do faturamento do varejo no último trimestre de 2024 foi destinado a programas de cashback e, desse total, somente 1/5 foi efetivamente resgatado pelos consumidores. Ou seja, tanto os varejistas quanto os próprios clientes ainda estão longe de aproveitar o benefício em sua totalidade.
Esse cenário revela uma oportunidade clara. O cashback desperta interesse, mas precisa de incentivo e estratégia para se tornar hábito. Com o consumidor cada vez mais atento a vantagens reais e experiências personalizadas, investir em ações que promovam o uso recorrente do cashback pode ser o diferencial competitivo desta Black Friday. Em vez de focar apenas em descontos imediatos, o varejo pode usar o benefício para estimular recompra, aumentar o ticket médio e construir fidelização no longo prazo.
Quando bem estruturado, o cashback vai muito além de um simples “dinheiro de volta”. Ele se transforma em uma poderosa ferramenta de engajamento. Integrado a sistemas de CRM, análise de dados e plataformas de personalização, o benefício permite entender o comportamento do cliente, recomendar ofertas relevantes e criar experiências individualizadas. É o ponto em que tecnologia e estratégia se encontram e onde o varejista realmente começa a capturar valor.
Por outro lado, quando o cashback é tratado apenas como uma ação pontual de vendas, sem integração com o restante da operação, o resultado tende a ser limitado. Picos momentâneos de faturamento não garantem fidelização real. É preciso enxergar o benefício como parte de uma jornada de relacionamento e não apenas como mais uma mecânica promocional.
Neste ano, a Black Friday representa uma excelente oportunidade para mudar esse jogo. Com o avanço das soluções digitais e o aumento da competição por atenção, o momento é ideal para transformar o cashback em um instrumento estratégico de retenção. Marcas que souberem comunicar bem o benefício, incentivar o resgate e conectar a experiência a uma proposta de valor clara certamente sairão na frente.
O futuro da fidelização passa por tecnologia, dados e personalização. O cashback pode e deve ser o elo entre esses três pilares. Ainda há muito espaço para crescer e quem souber aproveitar agora terá vantagem não apenas nesta Black Friday, mas durante todo o ano.