Nesta coluna explicamos conceitos básicos que formam a fundamentação da teoria macroeconômica. Trabalhar com macroeconomia requer um entendimento geral, teórico e matemático das variáveis deste escopo do estudo da atividade econômica. Um termo que venho utilizando aqui e ainda não expliquei é o de “Demanda Agregada” e suas variáveis dentro da sua própria equação fundamental. Essa série de textos tem como objetivo explicar detalhadamente cada um dos elementos da equação de Demanda Agregada.
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A equação acima é um modelo teórico para exemplificar as variáveis que “movem” a demanda geral da economia. Cada um desses elementos agregam ao crescimento econômico por desempenharem um papel de “motor” das “engrenagens, sem possuir, de fato, um valor nominal real e servem exatamente como um exemplo teórico dos fatores importantes para o estímulo da atividade econômica (utilizei o termo fator, mas não me refiro aos “fatores de produção”).
Por exemplo, C somasse as demais variáveis, indicando que o elemento C é importante para adicionar renda (Y). Logo, se C subir, a demanda agregada será estimulada. O mesmo serve para I, G e NX. Cada um deles representa uma parcela do agregado no país, variando de nação para nação a ponderação percentual em relação ao total. Explicarei todos esses termos adiante, mas, por enquanto, ficamos com C, o elemento do consumo das famílias.
Quando Mariana vai ao mercado para comprar o “mercado do mês” o efeito individual da sua demanda por certos produtos pouco faz diferença para a atividade econômica, mas, sabendo que os elementos citados são exemplos do agregado, Mariana faz parte de uma engrenagem de pessoas que, ao demandarem serviços, produtos e/ou insumos, estimulam a atividade produtiva dos mesmos. Em outras palavras, o consumo, para alguns autores e teóricos, é indutor direto do investimento produtivo, logo, quando as famílias passam a consumir mais, as firmas alocam mais recursos para atender essa demanda, gerando renda (Y).
Porém, uma ressalva deve ser feita a essa dinâmica de consumo. A equação refere-se a demanda agregada e, como vimos nos textos a respeito de hiato do produto (ler aqui) e Curva de Phillips (ler aqui), a oferta não se ajusta a uma velocidade semelhante a demanda e, caso essa capacidade de ofertar (produtiva) esteja sobrecarregada, mais consumo e demanda devem trazer um efeito de ilusão monetária a curto prazo e um pressão inflacionária futura.
Em termos simples, o consumo pode ser sim o indutor do investimento, mas estimular uma prática tem limites e, sabendo das regras de oferta e demanda, esse impulso do consumo pode gerar consequências econômicas desastrosas. O maior exemplo delas é a inflação.
Pode-se concluir que o fator consumo é importantíssimo para o crescimento econômico. Se fossemos medir o quanto cada elemento importa dentro da dinâmica de demanda agregada no Brasil, temos que C representa cerca de 80% do total. Assim como nos EUA, a relação de elasticidade renda-consumo é alta. Alterações marginais no consumo das famílias geram movimentos importantes na demanda agregada.