Foto: Freepik
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Em um tempo em que quase tudo se tornou digital, pode parecer contraditório falar sobre a força de um objeto analógico. No entanto, os relógios seguem despertando um fascínio que não se explica apenas pela função de marcar as horas. Eles se tornaram símbolos, códigos silenciosos de pertencimento e de identidade.

Há quem goste de relógio porque gosta, simplesmente. O encanto está no conjunto, na engrenagem minuciosa, no som delicado do ponteiro que avança, na sensação de carregar no pulso uma peça que reúne técnica e tradição. Para essas pessoas, o relógio é quase uma obra de arte que pode ser usada todos os dias.

Outros enxergam o relógio como um gesto de estilo. Ele é o detalhe que transforma a presença, que arremata um traje formal ou dá personalidade a um visual despretensioso. Funciona como uma extensão da linguagem corporal, comunicando elegância, ousadia ou sobriedade sem que uma palavra precise ser dita.

E há aqueles que se aproximam do relógio por uma razão mais subjetiva. O relógio é, nesse caso, um vetor de conexão. Uma ponte entre trajetórias que se encontram em meio à admiração por peças raras, ao gosto por determinado modelo ou ao simples reconhecimento de quem compartilha a mesma paixão. Recentemente vivi isso de forma muito clara ao encontrar Alfredo Soares, do G4 Educação. Foi uma situação em que o relógio deixou de ser acessório e passou a ser ponto de encontro. Uma conversa que aconteceu por um elemento em comum.

Esse é o aspecto que torna os relógios tão atemporais. Eles ultrapassam a lógica do objeto de consumo e assumem a função de narradores de histórias. Guardam lembranças de conquistas, de momentos importantes, de vínculos afetivos. Reforçam a ideia de que tempo não é apenas aquilo que passa, mas também aquilo que conecta.

O relógio, em sua essência, é um lembrete de que a vida não se mede apenas em minutos ou segundos. Mede-se também na intensidade das relações que construímos, na maneira como escolhemos nos expressar e na capacidade de transformar detalhes em símbolos duradouros. Talvez seja justamente por isso que, mesmo em plena era da inteligência artificial, seguimos fascinados por esse objeto tão humano e tão cheio de significado.