O empresário Rubens Menin, fundador da MRV, Banco Inter e CNN Brasil, expressou preocupação com a trajetória econômica do Brasil, afirmando que o país está entrando em um “ciclo perverso” devido às elevadas taxas de juros em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo.
Menin destacou que o Brasil possui uma das taxas de juros mais altas do mundo, o que compromete o acesso ao crédito e afeta negativamente diversos setores da economia, especialmente o mercado imobiliário.
Ele criticou a política monetária atual, sugerindo que o controle da inflação não deve depender exclusivamente do aumento das taxas de juros. Menin defendeu uma coordenação mais eficaz entre as diferentes esferas da economia para evitar que a elevação dos juros continue impactando negativamente o crédito e o consumo.
No setor imobiliário, Menin observou que o aumento dos juros já está restringindo a capacidade de financiamento, afetando programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Além disso, Menin criticou a falta de clareza na comunicação do governo federal sobre o compromisso com a responsabilidade fiscal, afirmando que declarações confusas têm gerado insegurança no mercado e contribuído para a volatilidade dos juros futuros.
Ele defendeu que o governo e os agentes econômicos se unam em torno de uma agenda comum para estabilizar as expectativas e garantir um ambiente de negócios mais previsível.
Juros sobem e mercado não anima mesmo com liberação de emendas
A liberação parcial de emendas parlamentares não teve fôlego para animar o mercado e as taxas de juros avançam nessa segunda-feira(30). O dólar volátil está envolto no resultado do boletim Focus e formação da Ptax de dezembro, como apurado pela agência Estadão conteúdo.
O resultado do Focus trouxe piora nas expectativas da inflação para 2025,2026 e 2027. O déficit do setor público consolidado um pouco abaixo da mediana das estimativas em novembro também não alivia a curva de alta da Selic.
As 9h35 a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subia a 15,390%, de 15,364% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2027 avançava para 15,845%, de 15,758%, e o para janeiro de 2029 ia para 15,635%, de 15,530% no ajuste de sexta-feira.