Em pleno 2025, os tabus enfrentados pelas PMEs (Pequenas e Médias Empresas) brasileiras indicam que está na hora de recalcular a rota. A última atualização do “Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian” já oferece uma amostra disso: dos cerca de 7,2 milhões de negócios inadimplentes, 6,8 milhões são micro e pequenas empresas. Mais do que refletir o impacto direto de juros altos e inflação, esses números mostram que o segmento precisa caminhar na direção da saudabilidade financeira.
Algumas mudanças de visão são necessárias. O “Panorama da Gestão de Despesas Corporativas no Brasil”, realizado pela Conta Simples em parceria com a Visa, revela que só 9% das PMEs consideram a gestão de despesas essencial para o planejamento financeiro de longo prazo. Além disso, apenas 11% dos entrevistados enxergam o processo como uma alavanca para maximizar lucros.
Claramente, vários empreendedores olham para o tema como um tabu que está longe de ser quebrado — e que, no contexto brasileiro, também não está 100% funcionando. Sem uma gestão eficiente, não há controle, organização e inteligência na área financeira. E, sem isso, não há como mudar a situação e crescer no mercado.
Inovação como forma de virar o jogo
É claro que definir metas claras e adaptadas às necessidades da empresa é fator-chave para eliminar a ineficiência e ter saúde financeira. No entanto, na era da transformação digital, aquelas que investem em automação e gerenciam gastos com base em softwares robustos têm muito mais chances de atingir esse objetivo com rapidez.
Hoje, existem plataformas de gestão de despesas que ajudam a centralizar dados, monitorar custos em tempo real e gerar relatórios detalhados e customizáveis, permitindo decisões mais assertivas. Além disso, eliminam a dependência de planilhas e recursos manuais, o que reduz erros humanos, dá mais visibilidade para as operações e libera os profissionais para atividades mais estratégicas.
Outro grande destaque no contexto da inovação em PMEs é o acesso facilitado ao crédito. Esse é um dos maiores gargalos da categoria, já que instituições financeiras tradicionais consideram essas organizações como apostas de alto risco, dificultando aprovações e elevando os custos dos financiamentos. Com as soluções de algumas fintechs, esses obstáculos estão diminuindo.
Existe luz no fim do túnel, basta a vontade de quebrar tabus e pavimentar um caminho mais sustentável para o futuro. As PMEs que param de apagar incêndios e focam na saudabilidade financeira passam a atuar de forma mais estratégica. É tudo o que o segmento precisa: menos ineficiência e mais oportunidades de crescimento.
*Rodrigo Tognini é cofundador e CEO da Conta Simples, principal plataforma de gestão de despesas no Brasil. Formado em Administração de Empresas pelo Insper, com especialização em Negócios e Empreendedorismo pela Columbia University, fundou a Conta Simples em 2019 com o propósito de transformar a gestão financeira de pequenas e médias empresas. Tognini sempre esteve envolvido na construção de ecossistemas empreendedores, como a Liga de Empreendedores do Insper. Antes de ingressar no mundo das fintechs, também se dedicou ao esporte, defendendo a seleção brasileira de base no basquete. Sob sua liderança, a Conta Simples foi acelerada pelo Y Combinator e captou mais de R$ 300 milhões, consolidando-se como referência em gestão de despesas para PMEs. Em 2024, passou a integrar a lista da Under 30, da Forbes, que reconhece jovens talentos de até 30 anos que se destacam em diversas áreas, como negócios, tecnologia, esportes, entretenimento e impacto social.