Foto: unsplash
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Há uma diferença sutil, e profundamente estratégica, entre colaborar e criar sinergia. A colaboração acontece quando duas partes trabalham juntas em torno de um objetivo. A sinergia acontece quando o que uma sabe amplifica o que a outra faz. E é justamente nesse ponto que o modelo de Venture Services se tornou uma das respostas mais inteligentes da nova economia.

Venture Service nasce da convergência entre o pensamento do Venture Capital e a disciplina operacional do Venture Building. Ele combina a visão de investimento com a capacidade de execução. Não é um fundo que injeta capital e espera retorno. É um modelo de coempreendimento, em que times de alta especialização se unem a empresas estabelecidas para construir negócios reais, com cronograma, governança e foco em resultados.

No Brasil, esse modelo vem ganhando tração porque preenche um vácuo histórico: o das empresas que têm know-how, marca e base de clientes, mas não têm estrutura ou tempo para inovar na velocidade que o mercado exige. Por outro lado, há times técnicos, metodologias e especialistas capazes de desenhar e escalar novos produtos digitais, mas sem o poder de distribuição e capital de grandes companhias.

Venture Services conecta esses dois mundos. É a ponte entre a agilidade da startup e a robustez da empresa consolidada, entre quem sabe construir e quem sabe vender.

A sinergia é diferente de uma parceria comercial tradicional. Não se trata de terceirizar inovação, mas de cofundar soluções com propósito e alinhamento econômico.

A empresa entra com o problema, o mercado e o acesso. O parceiro que opera o negócio entra com a capacidade de estruturar produto, modelo de negócio e operação. Ambos compartilham risco, investimento e receita. Essa integração muda a natureza do crescimento: inovação deixa de ser um centro de custo e passa a ser uma linha no DRE.

Pense em uma empresa de logística que domina a distribuição física, mas quer digitalizar sua operação para atender o e-commerce. Ela tem o mercado, o relacionamento e o fluxo. Mas não tem tecnologia, cultura ágil nem estrutura para testar rápido.

Um parceiro de Venture Services entra nesse cenário com time multidisciplinar, metodologia de validação, engenharia de produto e framework financeiro. Em meses, o que era uma ideia vira uma operação validada, com receita, governança e base de clientes ativa.

O que diferencia o Venture Services de qualquer modelo anterior é a forma como ele conecta execução e monetização. Ao contrário da consultoria tradicional, que entrega recomendações, o parceiro venture entra na operação, compartilha o risco e participa do sucesso. 

Para startups e PMEs, o impacto é direto. Em vez de depender de rodadas de investimento, o Venture Services permite que empresas de menor porte cresçam com capital intelectual e operacional de terceiros, sem diluição e sem comprometer o caixa. É um modelo que democratiza a inovação. 

Em um cenário de juros altos e capital escasso, essa eficiência operacional se traduz diretamente em geração de receita e margens mais saudáveis. O que antes era custo de inovação passa a ser investimento com retorno mensurável. A empresa deixa de pagar por tentativa e passa a dividir ganhos por performance.

Em um mercado em que todo mundo fala de inovação, o verdadeiro diferencial competitivo é a capacidade de gerar receita a partir da sinergia. A inovação, por si só, não paga as contas. Mas quando é feita a quatro mãos, com quem entende o problema e quem sabe resolver, ela cria novas fontes de valor. O Venture Services não é um serviço de inovação. É um modelo de negócios baseado em coexecução.

A sinergia deixa de ser discurso de colaboração e se torna ferramenta de lucro. É o ponto onde propósito e pragmatismo se encontram. É o que acontece quando a inovação deixa de ser um plano e passa a ser um produto que gera receita.

*Renan Georges é Fundador e CEO da Zavii Venture Builder