Durante o 8º Encontro Nacional da ANFIDC, realizado na quinta-feira (23), o ex-ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que o mundo vive um período de “grande desordem mundial”, marcado por conflitos, rupturas comerciais e mudanças nas estruturas políticas e econômicas globais.
A declaração foi feita durante uma palestra em que o ex-ministro disse que pretende dividir sua análise em três partes: a ascensão das democracias liberais, a atual fase de desordem e as perspectivas para o Brasil.
Segundo Guedes, eventos como a guerra na Ucrânia, as tensões no Oriente Médio e o aumento do protecionismo comercial, simbolizado pelas novas tarifas impostas pelos EUA, são sinais do colapso da ordem internacional que se consolidou após a Segunda Guerra Mundial.
“O mundo parece estar indo por uma grande desordem. Os princípios que sustentaram as democracias liberais estão sendo destruídos um a um”, disse.
O ex-ministro citou que, nas últimas décadas, a livre mobilidade de pessoas e capitais foi um dos motores do crescimento global, lembrando que o Brasil é um dos países com maior diversidade de origens estrangeiras.
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“Temos mais libaneses no Brasil do que no próprio Líbano, a segunda maior colônia de italianos fora da Itália e a maior de japoneses fora do Japão”, destacou.
Guedes também afirmou que, inicialmente, via o cenário brasileiro como um fenômeno isolado, uma aliança entre liberais e conservadores para “reparar estragos” econômicos deixados por governos anteriores.
No entanto, ele disse ter percebido, durante encontros com ministros do G20, que o movimento é parte de uma tendência global de reconfiguração política e econômica.
“Eu achava que era um episódio local. Não é. É algo muito mais amplo, que está acontecendo no mundo inteiro”, afirmou.
Por fim, Guedes disse que sua análise abordará, em etapas, a ascensão e o auge das democracias liberais, o período atual de desordem e o que ele chama de “fenômeno brasileiro”, que refletiria as transformações globais.
