Le Biscuit: fusão dará nova experiência para clientes, diz diretor

"Teremos alguns produtos que antes nós não experimentamos e que hoje a gente vê com ótimos olhos", diz Claucio Detoni

Com 55 anos de operação, a Le Biscuit enfrenta um novo desafio. Em abril, a varejista baiana realizou fusão com a Casa & Vídeo formando o grupo CVLB. A união já começou a dar frutos. 

Em julho, duas novas lojas foram abertas em Salvador, e de acordo com o diretor de lojas Claucio Detoni, pelo menos outras quatro devem ser inauguradas na cidade ainda em 2023.

“Dentro dos próximos 90 dias a gente deve abrir mais duas lojas e depois mais duas ou três, no horizonte de mais ou menos 150 dias. Todas ainda neste ano”, afirmou o executivo em entrevista para o BP Money. 

A fusão das lojas se deu como uma estratégia de aumentar o alcance territorial das marcas, uma vez que uma companhia opera no Sudeste, enquanto a outra está no Nordeste.

Com modelo de negócio baseado no varejo de variedades, a projeção é de que com a fusão, a Le Biscuit passe a ofertar mais produtos que são o ponto forte da Casa & Vídeo, como eletrônicos dos mais variados tipos, trazendo uma nova experiência para sua clientela. 

“Teremos alguns produtos que antes nós não experimentamos e que hoje a gente vê com ótimos olhos pelas perspectivas de vendas já colhidas dentro da Casa & Vídeo, e com uma ótima aceitação já dentro da Le Biscuit. Então isso traz para o cliente novos produtos, experimentações e melhorias, inclusive de atendimento”, argumentou Detoni. 

Ainda de acordo com oexecutivo, as novas unidades comerciais da Le Biscuit seguirão o modelo da Casa & Vídeo, tanto as lojas na capital baiana, quanto as outras que serão inauguradas nos 15 estados nos quais a varejista está presente.

“No primeiro momento a gente tem como foco fazer esse modelo de loja que já era o modelo de loja testado pela Casa & Vídeo, que é um ponto que a gente trouxe para a bandeira da Le Biscuit. Estamos testando em Salvador onde tivemos bons frutos nos primeiros dias e isso daí traz novas possibilidades para outros estados também, em um futuro próximo”, projetou.

Detoni acredita que as vendas no segundo semestre irão demonstrar que a fusão valeu a pena para as duas empresas, e que o cenário de melhora na economia brasileira vai ajudar o setor como um todo a se recuperar. “A partir do momento que a inflação arrefece um pouco acaba sobrando dinheiro no bolso do consumidor, e isso vem para o comércio. Nós consideramos que o segundo semestre traz elementos com pontos positivos de aumento de vendas”, avaliou.

Confira a entrevista na íntegra: 

BP Money – 2022 e 2023 foram anos bastante movimentados para a empresa. Foi o período mais intenso da história da companhia?

Claucio Detoni – Não foi um ano intenso só para a Le Biscuit, foi um ano intenso para o varejo como um todo. Todo varejo está tendo uma intensidade de trabalho muito grande nos últimos tempos. Para nós não foi diferente. Acho que adicionalmente, o fato da gente ter se preparado para essa fusão junto com a Casa & Vídeo, se transformando no grupo CVLB, trouxe para a gente o melhor de duas companhias. Foi uma sinergia gigantesca: por um lado tem todos os formalismos que são obrigatórios quando passa por um processo desse que é um pouco mais desgastante, obviamente. Mas no contexto geral tem o resultado do melhor de duas grandes companhias. 

BP Money – O que os clientes podem esperar dessa fusão? Qual a diferença a partir de agora?

Claucio Detoni – O que eu vejo hoje com a fusão é ter alguns produtos que antes nós não experimentamos e que hoje a gente vê com ótimos olhos pelas perspectivas de vendas já colhidas dentro da Casa & Vídeo e com uma ótima aceitação já dentro da Le Biscuit. Então isso traz para o cliente novos produtos, experimentações, melhorias, inclusive de atendimento. A gente passa a fazer a canalidade, traz um sortimento que não tem hoje dentro de uma loja física, mas consegue comprar dentro do mundo digital e retirar dentro de três horas. Isso tudo traz para o cliente um atendimento muito mais forte. É inegável o quanto que a gente está colhendo já nessas primeiras perspectivas de uma fusão tão recente.

BP Money – Como vão ficar as compras online? Os sites serão unificados?

Claucio Detoni – Não, continua com as bandeiras independentes. Mas digamos que o que está aos olhos do cliente são as bandeiras. O que está por trás de toda estrutura tecnológica de lojas, essa comutação entre o que é produto Casa & Vídeo, e o que é produto Le Biscuit, transcende entre um e outro. Todo sortimento que a gente pode tratar dentro dessas bandeiras, está disponível tanto para o cliente Le Biscuit, quanto para o cliente Casa & Vídeo, mesmo existindo a separação entre os sites. O contexto total da função está sendo levado a todo cliente nosso, independente de manter bandeiras individualizadas. 

BP Money – Quantos estados a Le Biscuit atende hoje? 

Claucio Detoni -Eram 14 estados e agora nós passamos a atender também o Rio de Janeiro, onde nós não estávamos presentes. 

BP Money – Pretende expandir por todo o País?

Claucio Detoni – Sim. No primeiro momento a gente tem como foco fazer esse modelo de loja que já era o modelo de loja testado pela Casa & Vídeo, que é um ponto que a gente trouxe para a bandeira Le Biscuit. Estamos testando em Salvador onde tivemos bons frutos nos primeiros dias e isso traz novas possibilidades para outros estados também, em um futuro próximo.

BP Money – Cada cartão de crédito tem a sua financeira. Vai continuar assim, ou haverá união entre os cartões? 

Claucio Detoni – O que a gente aplica nesses casos é o co-branded, levando a marca Le Biscuit para o cliente Le Biscuit e levando a marca Casa & Vídeo para o cliente Casa & Vídeo. Hoje nós temos operadores diferentes. Eles podem continuar, obviamente sendo operadores distintos para cada uma delas ou, podem ser únicos. Ele não impacta na oferta de crédito para o cliente. Um ponto importante é que continuaremos oferecendo crédito para o cliente. 

BP Money – Recentemente vocês abriram duas lojas em Salvador. Quando serão abertas as próximas? 

Claucio Detoni – Dentro dos próximos 90 dias a gente deve abrir mais duas lojas e depois mais duas  ou três no horizonte de mais ou menos 150 dias. Todas ainda neste ano. 

BP Money – As lojas antigas continuarão funcionando? Terão alguma reformulação? 

Claucio Detoni – Continuam funcionando. Elas estão operando da mesma forma como sempre operaram, dentro da essência da bandeira Le Biscuit. Não tem nenhum tipo de remodelação a ser feita. O ponto que nos traz muito benefício dessa fusão é a inserção de novos produtos dentro dessas lojas. Vários produtos, novas categorias, que acabamos tendo depois uma normalização de portfólio de produtos.

BP Money – Você acha que nesse segundo semestre as coisas vão começar a melhorar para o varejo ou ainda tem a perspectiva de dias difíceis para os próximos meses? 

Claucio Detoni – Temos uma perspectiva positiva para o segundo semestre. Ela passa sim por uma queda também da taxa de juros. Já vemos também um cenário menos prejudicial no que tange a inflação propriamente dita. A partir do momento que a inflação arrefece um pouco acaba sobrando também dinheiro no bolso do consumidor e isso daí vem para o comércio como um todo. Nós consideramos que o segundo semestre traz para a gente esses elementos como pontos positivos de aumento de vendas, principalmente por causa da queda da inflação. Os juros obviamente terão um reflexo que não é imediato.

BP Money – Acha que as medidas do governo vão ser benéficas para o setor daqui para o fim do ano? Até lá o varejo vai reagir e ter melhores resultados em relação ao ano passado? 

Claucio Detoni – Acho que sim. As medidas estruturais são todas bem vindas, mas obviamente que isso não é imediato. Para essa condição do que vem num curto espaço de tempo, está muito mais ligado a esse ponto que eu coloquei anteriormente a respeito da inflação. A gente capta isso trilhando para os próximos anos umas melhorias. Já com relação às datas tradicionais de varejo e de grande venda, eu acho que tem duas perspectivas nesse ponto: já existe o cenário que a gente olha que deve ter essa melhoria e o segundo ponto é que a gente coloca sobre o ponto de vista da própria fusão e o quanto que isso pode melhorar com relação a sinergia de produtos dentro das duas companhias. Eu vejo com uma perspectiva boa, tanto Dia das Crianças, Black Friday, Natal… temos perspectiva bastante positiva.