Futuro do câmbio no Brasil depende dos correspondentes cambiais

Foto: unsplash
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Nos últimos anos, o mercado de câmbio brasileiro tem passado por diversas transformações, impulsionadas especialmente por mudanças regulatórias e avanços tecnológicos. Olhando para isso, a democratização do setor tem sido um desafio cada vez maior tanto para as instituições financeiras quanto para seus clientes, que buscam por maneiras de simplificar operações e jornadas de consumo em meio a essa dinâmica acelerada e complexa.

A principal delas, sem dúvidas, está na atuação dos correspondentes cambiais. No Brasil, dentre os bancos e corretoras com autorização para operar no mercado de câmbio pelo Banco Central do Brasil, 43 destas instituições atuam com o modelo de correspondentes cambiais, e juntas detêm parceria com 4.098 correspondentes únicos. Essa classe de empresas no mercado financeiro, estabelece a conexão entre esses dois elos, ocupando a posição de intermediários na compra e venda de moedas estrangeiras, transações internacionais e outros serviços relacionados ao segmento. 

A função dessa categoria beneficia, principalmente, pequenos empresários, trabalhadores autônomos e indivíduos, que mantêm relação com o exterior, seja comercial, financeira ou pessoal. Ou seja, são especialistas que facilitam o acesso a esse ramo da área financeira tão importante, otimizando e potencializando as transações internacionais.

Novo Marco Cambial

O Novo Marco Cambial, regulamentado pela Lei 14.286/21 e por resoluções do Banco Central do Brasil (Bacen), que está em vigor desde dezembro de 2022, é o principal guia de regras para o mercado de câmbio no Brasil atualmente. E, mesmo depois de um ano, é certo dizer que os correspondentes cambiais são contribuintes fundamentais para que organizações e indivíduos entendam e respeitem o conjunto de normas.

Basicamente, a legislação trouxe mais liberdade e flexibilização para as operações cambiais, permitindo que Instituições de Pagamentos (IPs) operem no mercado de câmbio de forma exclusiva em meios digitais. Além disso, as empresas exportadoras agora podem manter recursos no exterior sem limitações impostas anteriormente, facilitando a gestão de suas receitas.

Diante disso, os correspondentes cambiais possuem uma função dupla: a de educar e orientar organizações sobre o que é permitido e o que não é nesta nova era do setor no Brasil, melhorando a governança empresarial do segmento; e, acima de tudo, ressaltar oportunidades de crescimento, destacando quais ações trazem menos custos e mais retorno em um período curto de tempo, contribuindo assim com o aquecimento do mercado.

Fintechs e o desenvolvimento tecnológico

A transformação digital no mercado de câmbio é inegável. Lideradas pelas fintechs, novas tecnologias revolucionaram a experiência das transações internacionais, colocando o cliente no centro de tudo. Devido à facilidade de implementação, muitas fintechs adotam o modelo de correspondentes cambiais, aplicando rapidamente suas soluções inovadoras.

Isso significa que as empresas focam em levar serviços de qualidade à sua base de clientes de maneira eficiente, visando solucionar suas dores com um viés prático e humanizado. É justamente dentro desse objetivo que as ações das fintechs são determinantes.

Com uma rede ampla de profissionais amparados por ferramentas tecnológicas, os consumidores podem realizar operações de câmbio com mais praticidade, transparência e reduzindo custos. O atendimento tende a ser ágil e eficaz, ajudando, principalmente, clientes que precisam realizar transações urgentes.

Aliás, por estarem mais próximos ao cliente, os correspondentes cambiais podem oferecer um serviço mais personalizado. A necessidade de cada usuário é compreendida por completo, o que é de grande valia para as empresas adaptarem os seus serviços de acordo com as novas demandas do mundo digital. 

Próximos passos

Visto que os mercados de câmbio globais – incluindo o Brasil – têm como foco a promoção de uma maior eficiência e alcance dos seus serviços, espera-se que a atuação dos correspondentes cambiais seja ainda mais integrada com as novas tecnologias financeiras no futuro. A digitalização e a utilização de plataformas especializadas devem se tornar uma tendência cada vez mais forte, possibilitando uma experiência de cliente mais conveniente e segura.

Logo, é importante entendermos que a atuação dessa categoria deve, e precisa, continuar a evoluir, impulsionada pela necessidade de atender a um setor cada vez mais exigente e conectado. Seu papel será primordial para garantir que todos os brasileiros tenham acesso a operações cambiais de qualidade, ajudando a fomentar a inclusão e o crescimento econômico no país.