
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (17) a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo. Com isso, o agora ex-ministro se torna o 14º integrante do primeiro escalão a deixar o governo desde 2023. O anúncio ocorreu durante reunião ministerial em Brasília.
Sabino comandava a pasta desde agosto de 2023, quando substituiu a deputada federal Daniela Carneiro. No entanto, sua saída já era esperada. Isso porque o União Brasil rompeu formalmente com o Planalto em setembro, o que deixou a permanência do ministro politicamente insustentável.
A situação se agravou no início de dezembro. No dia 8, o União Brasil expulsou Celso Sabino do partido após ele se recusar a deixar o cargo. A sigla havia orientado seus quadros a se afastarem do governo Lula, orientação ignorada pelo então ministro.
Diante disso, a legenda decidiu pela expulsão. Ainda assim, Sabino manteve-se no cargo por alguns dias, até que o Planalto oficializou sua saída.
Ao mesmo tempo, a decisão integra uma estratégia política do governo. O objetivo é preservar o apoio de uma ala do União Brasil considerada mais alinhada ao Planalto, sobretudo com foco nas eleições de 2026.
Quem assume o Turismo
Para ocupar a vaga, o governo escolheu Gustavo Damião, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB). Ele já atuou como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba.
Além disso, Damião representa justamente o grupo do União Brasil que mantém diálogo com o governo federal. Por isso, sua nomeação sinaliza um esforço do Planalto para manter pontes com lideranças regionais, apesar do afastamento formal da sigla.
Alta rotatividade no ministério
Com a saída de Sabino, o governo Lula atinge a marca de 14 mudanças ministeriais desde o início do terceiro mandato. Entre os casos mais relevantes estão:
- Silvio Almeida, demitido do Ministério dos Direitos Humanos após denúncias de assédio
- Flávio Dino, que deixou o Ministério da Justiça para assumir vaga no STF
- Nísia Trindade, exonerada do Ministério da Saúde
- Carlos Lupi, que pediu demissão do Ministério do Trabalho
- Paulo Pimenta, demitido da Secretaria de Comunicação Social
Dessa forma, as trocas refletem tanto ajustes políticos quanto crises pontuais dentro da Esplanada.
Por fim, com a saída de Sabino e a entrada de Gustavo Damião, o Planalto tenta reorganizar sua base no Congresso. Ao mesmo tempo, o governo busca fortalecer alianças regionais estratégicas, consideradas essenciais para sustentar o projeto político de reeleição ou sucessão presidencial em 2026.