Entidade bancária

ABBC prevê Selic em 15% até o fim do ano

A Associação Brasileira de Bancos avalia que as projeções condiz com o momento da inflação e que apesar da melhora, “o cenário exige cautela”

Confraternização de sócios da Associação Brasileira de Bancos. Foto: Divulgação/ ABBC
Confraternização de sócios da Associação Brasileira de Bancos. Foto: Divulgação/ ABBC

A ABBC (Associação Brasileira de Bancos) projetou manutenção da taxa Selic no patamar de 15% ao ano até o fim de 2025. Segundo eles, o movimento dá continuidade à pausa no ciclo de altas iniciado em setembro de 2024, quando a taxa de juros básicos do país cresceu 4,5 pontos percentuais ao todo.

A Associação avaliou que as projeções condiz com o momento da inflação (ainda acima da meta) e que apesar da melhora, “o cenário exige cautela”. Segundo a entidade, “os sinais recentes – como a valorização do real, a queda dos juros de longo prazo e a redução no preço do petróleo – ajudam a reforçar a estratégia de pausa”, diz o comunicado.

Apesar da evolução, a associação destaca que os riscos seguem elevados. Para eles, dentre os fatores de maior turbulência, estão a possível resistência da inflação de serviços e o andamento de políticas econômicas externas e internas com maior impacto inflacionário. Noutro giro, a desaceleração da economia global e queda na cotação de commodities minimizam a pressão sobre os preços.

Copom decide manter Selic em 15% ao ano na Super Quarta

Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa Selic em 15% a.a. (ao ano), durante a chamada “Super Quarta” — dia em que também ocorre a decisão de juros nos EUA.

A decisão veio em linha com as projeções de economistas e investidores.

O comitê argumentou que: “O ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”.

O entendimento do grupo foi de que a manutenção da taxa em 15% é compatível com a estratégia econômica. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o texto publicado no site oficial do banco central brasileiro.

Essa é a segunda manutenção seguida que o BC faz na taxa Selic. O valor vigorará até a próxima reunião, marcada para 4 e 5 de novembro.

As expectativas de inflação para 2025 e 2026 seguem em valores acima da meta, em 4,8% e 4,3%, respectivamente. Já a projeção para o primeiro trimestre de 2027 está em 3,4%.

O Copom reiterou que o grupo seguirá avaliando o cenário e que os próximos passos poderão ser ajustados diante das mudanças. Segundo eles, o BC “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.