Prejuízo recorde

Abril vermelho: estatais têm pior déficit da história

Estatais amargam prejuízo histórico de R$ 1,4 bi em abril. Entenda por que esse déficit histórico preocupa tanto o mercado

déficit no setor público
Déficit / Agência Brasil

O mês de abril de 2025 entrou para a história – mas não da forma que o governo gostaria. As estatais brasileiras registraram um déficit de R$ 1,4 bilhão, o pior desempenho já registrado para o mês desde o início da série histórica. O dado foi revelado no relatório “Estatísticas Fiscais” do Banco Central, divulgado nesta sexta-feira (30).

Num cenário fiscal cada vez mais desafiador, o número acende o alerta entre economistas e investidores, justamente em um momento em que se espera maior responsabilidade com as contas públicas.

No detalhamento, o rombo maior veio das estatais federais, com um déficit de R$ 978 milhões. Logo atrás, as estatais dos estados fecharam o mês com R$ 463 milhões no vermelho.

Um alívio inesperado veio das estatais municipais, que encerraram abril com superávit de R$ 22 milhões – mostrando que, mesmo com menos recursos, há espaço para eficiência na gestão pública.

Setor público fecha no azul, mas sem apagar a preocupação

Apesar do desempenho negativo das estatais, o setor público consolidado – que inclui União, Estados, municípios e as próprias estatais – fechou abril com superávit primário de R$ 14,1 bilhões.

Parece uma boa notícia, certo? Sim, mas com ressalvas. O superávit ajuda a conter o avanço da dívida, mas quando parte das engrenagens (as estatais) roda em sentido contrário, o esforço do restante do setor público perde força.

Dívida do governo sobe e chega a 76,2% do PIB

Outro ponto que exige atenção: a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) alcançou 76,2% do PIB – o equivalente a R$ 9,2 trilhões.

O aumento de 0,3 ponto percentual em relação a março indica que, apesar dos esforços fiscais, o volume de endividamento do país continua crescendo.

Esse número é especialmente relevante porque afeta diretamente a confiança dos investidores. Além disso, a credibilidade do país no exterior e pode influenciar taxas de juros, inflação e até a nota de crédito brasileira.