O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou, em entrevista à “Exame”, que tem como objetivo zerar o déficit fiscal em 2025 e alcançar superávit a partir de 2026.
De acordo com o vice-presidente, no momento o governo está em discussão sobre a meta para 2025: se deve ser déficit zero ou de 0,25%, mas ele é a favor de zerar o desequilíbrio.
Outro assunto abordado foi a resposta negativa do mercado à isenção de IR (imposto de renda) para pessoas que ganham salários de até R$ 5 mil. Segundo Alckmin, a isenção tem impacto fiscal neutro, além de ser importante para a justiça tributária, já que vai ser compensada por aumento de taxas para quem ganha mais.
Alckmin também falou que tem simpatia pelo duplo mandato do Fed (Federal Reserve), mas reconheceu que as alterações apenas nas taxas de juros não são suficientes para conter a inflação, uma vez que ela também é influenciada por fatores externos, como as guerras.
Alckmin diz esperar que resistência da França esteja resolvida
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que espera que a resistência da França ao acordo entre Mercosul e UE (União Europeia) tenha ficado para trás após o anúncio do tratado na Cúpula do Mercosul, no Uruguai, nesta sexta-feira (6). “Eu espero que isso esteja resolvido” afirmou, em entrevista no Palácio do Planalto.
“Quer dizer, na medida em que você celebrou, anunciou e celebra o acordo, o acordo está feito. O acordo é sempre um ganha-ganha, onde você vai abrir mão de uma coisa e ganhar de outro lado. Tem uma vantagem comparativa aqui, uma dificuldade ali, mas acho que vamos superar”, disse o vice-presidente.
Mas desafios persistem. Além da França, Polônia, Áustria, Bélgica e Irlanda também estão em desacordo com o tratado por motivos agrícolas e ambientais e fazem críticas constantes, especialmente ao desempenho ambiental da América do Sul.
A França é líder da oposição, especialmente por temer competição com o setor agrícola do país, altamente subsidiado. Recentemente, a agência de notícias “Ansa” revelou que a Itália também pode se juntar a esse grupo de opositores ao acordo por questões agrícolas, pedindo “proteção adequada para o setor” europeu.
Isto dificulta as condições para o acordo, que ainda precisa ser referendado pelo Parlamento Europeu.