Foto: Reprodução Fábio Vieira/FotoRua/Estadão
Foto: Reprodução Fábio Vieira/FotoRua/Estadão

A crise no fornecimento de energia na Grande São Paulo voltou ao centro do debate após mais de 2 milhões de moradores ficarem sem luz em meio às fortes rajadas de vento que atingiram o Estado. Diante da nova interrupção em massa, a terceira de grande impacto em pouco mais de um ano, a Aneel deu prazo de cinco dias para que a Enel prove ter capacidade de atender a região e responder a eventos climáticos extremos.

Em ofício obtido pelo Estadão, a agência alertou que “reincidência de falhas graves” na prestação do serviço pode resultar em medidas punitivas. O documento, assinado pelo diretor Fernando Luiz Mosna Ferreira da Silva, ressalta que a distribuidora já havia sido alertada pela Defesa Civil e institutos meteorológicos sobre a ventania. Ele também mencionou os apagões de novembro de 2023 e outubro de 2024, que deixaram centenas de milhares de clientes no escuro.

Mais de 1,5 milhão ainda estão sem energia

A Enel afirmou que enviará resposta à Aneel dentro do prazo. A distribuidora disse ter mobilizado 1.500 equipes para atender ocorrências e disponibilizado geradores para situações críticas.

Apesar do esforço, o restabelecimento segue lento. Em nota divulgada às 6h desta quinta (11), a empresa informou que 500 mil imóveis tiveram o fornecimento retomado desde a noite anterior, mas 1,5 milhão ainda permaneciam sem energia.

Segundo a companhia, a área de concessão foi atingida por um ciclone extratropical e um vendaval considerado histórico, com rajadas de até 98 km/h durante cerca de 12 horas. O fenômeno derrubou árvores, danificou a rede em diversos pontos e levou o Corpo de Bombeiros a atender mais de 1.300 ocorrências relacionadas a quedas de árvores.