A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou nesta quinta-feira (27) o recolhimento imediato de diversos lotes de sabão líquido da marca Ypê após identificar contaminação por Pseudomonas aeruginosa, uma bactéria potencialmente prejudicial à saúde humana.
A medida preventiva suspende a comercialização, distribuição e uso de 14 lotes específicos de três linhas de produtos: Lava Roupas Líquido Ypê Express (lotes 170011, 220011, 228011, 203011, 181011, 169011, 205011 e 176011), Lava Roupas Líquido Tixan Ypê (lotes 254031 e 193021) e Lava Roupas Líquido Ypê Power Act (lotes 190021, 223021 e 228031).
O perigo da Pseudomonas
A Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria que se desenvolve principalmente em ambientes úmidos como pias, banheiros, piscinas e produtos de limpeza mal armazenados. Embora seja encontrada naturalmente no solo e na água, pode representar risco significativo à saúde quando entra em contato prolongado com a pele ou mucosas.
Essa bactéria raramente causa problemas em pessoas com sistema imunológico saudável, mas pode provocar infecções graves em indivíduos vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes, diabéticos, pacientes com câncer ou HIV, e pessoas hospitalizadas.
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As infecções causadas pela Pseudomonas aeruginosa variam desde problemas leves na pele até complicações sérias como pneumonia, infecção urinária, infecções oculares (conjuntivite e ceratite).
Segundo dados dos Estados Unidos, a bactéria foi responsável por cerca de 32.600 casos de infecções hospitalares entre 2011 e 2021, resultando em aproximadamente 2.700 óbitos no período.
Globalmente, estudos de 2019 apontam que a Pseudomonas aeruginosa está entre as cinco bactérias mais letais do mundo, causando cerca de 559 mil mortes anualmente.
Empresa classifica risco como baixo
Em nota oficial, a Química Amparo, fabricante dos produtos Ypê, informou que a publicação da Anvisa está diretamente relacionada às análises realizadas pela própria empresa, tratando-se de uma medida preventiva e cautelar aplicada aos 14 lotes específicos.
A companhia reforçou que, segundo a autoridade sanitária e considerando as características normais de uso do produto (diluição em água e ausência de contato prolongado com a pele), o risco ao consumidor é considerado baixo. “A Química Amparo já havia identificado a necessidade do recolhimento e comunicado ao mercado, com informações divulgadas em todos os canais oficiais da marca”, concluiu.
