A Conab ( Companhia Nacional de Abastecimento) informou que o arroz importado será destinado, preferencialmente, à venda aos pequenos varejistas das regiões metropolitanas.
Através de nota, o presidente da Companhia, Edegar Pretto, disse que a medida, além de evitar a falta do grão no país, vai frear a alta de preços “em função da especulação de alguém que queira se aproveitar da situação que vive o Rio Grande do Sul“.
O governo federal autorizou, nesta sexta-feira (10), a importação, em caráter excepcional, de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Conab. O objetivo é recompor os estoques para o enfrentamento das consequências devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
Supermercados racionam venda de arroz, leite, óleo e feijão por causa de enchente
Os impactos das enchentes que afetam o Rio Grande do Sul já estão sendo observados no varejo. Grandes redes de supermercados e atacarejos começaram a limitar as quantidades vendidas de arroz, leite, óleo de soja e feijão, produtos nos quais o estado possui uma forte presença na produção nacional.
Um consumidor, Jair Andrade de Almeida, proprietário de um restaurante em São Paulo, relatou ao Estadão que foi fazer compras em um atacarejo para reabastecer os estoques de arroz, mas foi surpreendido.
Ele planejava comprar 30 fardos de arroz de 30 quilos, quantidade que costuma utilizar mensalmente em seu restaurante. No entanto, conseguiu adquirir apenas dez fardos devido ao limite de volume imposto pela loja por cliente. “Vou ter de percorrer outros atacarejos para ver se pego mais 20 fardos”, disse ao Estadão.
O pequeno empresário não percebeu um aumento no preço. No entanto, ele está preocupado com a possibilidade de que o preço do arroz aumente. “Tudo pode acontecer, como eles estão limitando (a venda)”, afirmou.
Em outra loja, o pintor autônomo de veículos contou ao Estadão, que não teve sua compra impedida como o proprietário do restaurante. No supermercado que ele visitou, a venda de arroz estava limitada a três pacotes de cinco quilos por cliente, e ele comprou dois.
“Eu e meu pai consumimos, em média, dois pacotes por mês e já tenho mais dois em casa”, contou.
Por outro lado, para um outro consumidor ouvido pelo Estadão, é uma medida preventiva. Ele está preocupado com a possibilidade de escassez do produto. “Estou comprando arroz porque estão prevendo uma escassez”, afirmou, destacando que mais de 70% do arroz consumido no Brasil é proveniente do Rio Grande do Sul.
Estoques normais nos supermercados
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) está preocupada com a decisão dos consumidores de fazerem pequenos estoques como medida preventiva.
Em um comunicado divulgado pela entidade, é recomendado que os consumidores não façam estoques em casa, para garantir que todos tenham acesso contínuo ao produto.
O GPA, proprietário das redes Pão de Açúcar e Extra, informou que estabeleceu limites na quantidade de arroz, feijão, óleo de soja e leite comprados por clientes, visando garantir a disponibilidade e o acesso da população a produtos essenciais. Além disso, afirmou que os estoques da companhia estão dentro da normalidade.