As reservas internacionais do Brasil recuaram para US$ 333 bilhões em dezembro, marcando uma queda de US$ 7 bilhões em comparação ao mês anterior. Esse movimento ocorreu em meio a uma atuação significativa do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, com vendas expressivas de dólares, segundo o jornal Valor Econômico.
As operações do BC visaram reduzir a volatilidade da moeda norte-americana, que encerrou 2024 em alta de 3,2%, cotada a R$ 5,23. O aumento da demanda por dólar no mercado doméstico e incertezas globais contribuíram para a pressão cambial, levando a autoridade monetária a intervir mais frequentemente.
Embora o Brasil mantenha reservas robustas em relação a seus pares emergentes, o nível atual representa o mais baixo desde 2008, quando o país possuía cerca de US$ 206 bilhões. O uso de reservas internacionais como ferramenta de estabilização é avaliado como positivo por economistas, mas há preocupações sobre o impacto de longo prazo no colchão de segurança financeira do país.
Atipicidade de 2024
Em entrevista coletiva no dia 19 de dezembro, o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária estava atuando no câmbio da mesma forma de sempre. Ele explicou que o BC atua quando entende que há disfuncionalidade no mercado. Além disso, pontuou que houve um fluxo atípico grande no fim de 2024, com a saída acima da m
A estratégia do BC foi elogiada por seu papel na manutenção da estabilidade cambial em um contexto de desaceleração global e pressões inflacionárias externas. Entretanto, analistas destacam que a redução das reservas exige prudência na gestão futura, especialmente diante de possíveis choques externos em 2025.
As reservas internacionais são um pilar crucial para garantir a liquidez em momentos de crise e sustentar a confiança de investidores estrangeiros. Apesar da queda recente, o nível atual ainda proporciona flexibilidade para lidar com adversidades econômicas globais.