Uma perda de mais de US$ 12 bilhões nas fortunas das pessoas mais ricas do Brasil se aprofundou esta semana, com o real chegando a um recorde de baixa, reduzindo o valor de mercado de empresas em mais de 60% no ano, segundo apuração do jornal folha de SP.
A crise crescente está aumentando os temores na Faria Lima — o Wall Street brasileiro — de que, apesar do crescimento econômico relativamente robusto, Lula paralisará decisões de investimento de longo prazo mesmo quando tentar atrair empresas estrangeiras para revitalizar a indústria.
“O que vemos é uma destruição de valor generalizada e sem precedentes”, disse Ricardo Lacerda, fundador e presidente do banco de investimento boutique BR Advisory Partners. Com o aumento nos juros, “ninguém consegue se financiar. Já vemos projetos sendo adiados, fusões e aquisições sendo abortadas, projetos de investimento sendo arquivados.”
As fortunas dos bilionários encolheram ainda mais esta semana depois que o Congresso diluiu os cortes propostos pelo governo nos gastos e o Banco Central fez várias tentativas frustradas de conter o colapso da moeda. A bolsa de valores do Brasil perdeu US$ 230 bilhões este ano em valor de mercado — US$ 60 bilhões apenas nos últimos sete dias.
Lideres revelam decepção
Líderes empresariais dos setores de infraestrutura e varejo que também pediram anonimato para falar sobre a situação disseram que veem um mandato presidencial de quatro anos desperdiçado e esperam mais fuga de cérebros à medida que os jovens brasileiros buscam se mudar para o exterior.
Banqueiros seniores no país que concordaram em falar sob a condição de não serem identificados disseram que os últimos planos de corte de gastos eram insuficientes, os legisladores estavam demorando para aprovar as mudanças e o governo não conseguiu mostrar urgência suficiente para lidar com a deterioração da situação fiscal.
Ometto, o bilionário por trás da gigante do etanol e da logística Cosan, disse ao jornal Folha de S.Paulo em uma entrevista esta semana que o problema é principalmente político, com membros do partido de Lula se recusando a ceder, e que as empresas estão interrompendo investimentos.
Alguns dos executivos de empresas mais famosas do Brasil são diretamente impactados. Ometto viu 66% do valor da Cosan em dólares ser eliminado. Luiza Trajano, da varejista Magazine Luiza, viu sua participação, que já valeu bem mais de US$ 1 bilhão, encolher ainda mais este ano, com ações caindo 75% em dólares, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.