
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou medidas cautelares contra Jair Bolsonaro. A decisão foi baseada em elementos reunidos pela PF, que apontam tentativa de interferência no Judiciário e de violação à soberania nacional.
Por isso, Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica, precisa respeitar recolhimento noturno e está proibido de contatar diplomatas, Eduardo Bolsonaro ou visitar embaixadas.
Pressão com Eduardo para atingir ministros do STF
De acordo com Moraes, Bolsonaro financiou uma articulação internacional liderada por Eduardo Bolsonaro. Juntos, eles buscaram apoio nos Estados Unidos para impor sanções a ministros do STF, membros da PGR e da própria PF.
Além disso, a operação incluiu buscas na casa de Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília. A PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmou que as ações têm claro caráter retaliatório e visam dificultar o julgamento do ex-presidente.
Bolsonaro usou sanções americanas como ferramenta de pressão política
A decisão também mencionou a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. Eduardo Bolsonaro e o influenciador Paulo Figueiredo, foragido da Justiça, divulgaram carta conjunta comemorando a medida. Conforme Moraes, essa sanção teve como objetivo pressionar o STF e criar instabilidade econômica.
Além disso, Bolsonaro se reuniu com Ricardo Pita, conselheiro do Departamento de Estado norte-americano, em maio. Após o encontro, ele escreveu nas redes sociais que “o alerta foi dado”. Para Moraes, essa publicação reforçou a tentativa de coagir o Judiciário.
Bolsonaro sugeriu anistia em troca do fim das sanções
Em entrevista recente, Bolsonaro indicou que os Estados Unidos poderiam suspender as sanções caso houvesse anistia no Brasil. Segundo Moraes, essa fala configura confissão pública e reforça a atuação dolosa do ex-presidente.
Com isso, o ministro identificou indícios de três crimes:
- Coação no curso do processo;
- Obstrução de investigação de organização criminosa;
- Atentado à soberania nacional.
Ex – Presidente nega envolvimento, mas Justiça mantém medidas restritivas
A defesa de Bolsonaro afirmou que ele sempre respeitou as decisões judiciais. Mesmo assim, Moraes aplicou as medidas cautelares por considerar que o ex-presidente coloca em risco a ordem institucional.
Portanto, embora negue envolvimento, ele enfrenta acusações graves e medidas que restringem sua liberdade. A situação segue em investigação e pode ter desdobramentos políticos e jurídicos relevantes.